A
notícia da aprovação da PEC 241 em segundo turno pela Câmara dos
Deputados chama a atenção novamente em relação ao risco para a sociedade
brasileira (o projeto segue para votação no Senado). Em recente estudo,
pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
simularam os gastos na área da assistência social, caso a proposta seja
aprovada, sinalizando as perdas na área social:
Gráfico 1 - Gasto estimado e perdas de gastos com a PEC 241
Fonte: Paiva et all (2016).
Fonte: Paiva et all (2016).
A
estimativa é de que a queda da taxa de inflação estabilize os gastos a
partir de 2020, congelando-os na casa dos R$ 80 bilhões a partir de
então. No que se refere às perdas, já em 2017 elas seriam de 8% (R$ 6,5
bilhões). Em cinco anos, as perdas seriam de 17% (R$ 16,6 bilhões). Em
2016, o gasto realizado seria de apenas 68% do que é atualmente (as
perdas somariam quase R$ 38 bilhões). Em vinte anos, o gasto seria de
menos da metade (46%), marcando uma perda de quase R$ 94 bilhões para a
área de assistência social no Brasil.
No gráfico 2, é possível notar o distanciamento entre os gastos propostos pela PEC (linha azul) e da maneira que são feitos atualmente (linha vermelha), no decorrer dos vinte anos.
No gráfico 2, é possível notar o distanciamento entre os gastos propostos pela PEC (linha azul) e da maneira que são feitos atualmente (linha vermelha), no decorrer dos vinte anos.
Gráfico 2 - Tendência de gastos no modelo atual e com a PEC 241
Fonte: Paiva et all (2016).
Fonte: Paiva et all (2016).
A
estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística é de que
haverá um crescimento populacional de 10% nas próximas duas décadas,
além de duplicar a população idosa. Este cenário indica um aumento da
quantidade de pessoas que necessitarão de assistência social, como o
Benefício de Prestação Continuada (BPC), por exemplo, que garante um
salário mínimo à pessoas de famílias pobres (com renda per capita de até
um quarto do salário mínimo) – idosos, deficientes ou pessoas com algum
tipo de impedimento (físico, mental, intelectual etc.), evitando que
estas pessoas enfrentem situação de miserabilidade.
Outra questão importante é que, diante do fato de que o país está enfrentando uma recessão econômica, é bem provável que aumentem o desemprego e a pobreza de grande parte da população. Com isso, crescerá a demanda pelas políticas sociais, em especial, pela assistência social, o que exigiria sua expansão, quando na verdade ela seria reduzida. É o caso do Programa Bolsa Família (PBF), que oferece uma renda mensal mínima às pessoas que estão em situação de pobreza e extrema pobreza, garantindo sobrevivência à mulheres em situação gestacional, crianças e adolescentes de até 15 anos (somente entre 2012 e 2016 foram atendidas em média 13.939.052 pessoas, garantindo uma renda média de R$ 182,00 por família).
Além disso, há os programas como os serviços socioassistenciais (Suas), que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade e pobreza e que enfrentam violação de direitos ou rompimento de vínculos – como os casos atendidos pelos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), por exemplo.
O estudo deixa claro que esta proposta resultará em perdas (irreparáveis) na área social. A situação que se vislumbra é de um crescimento das necessidades das políticas de assistência social, ao mesmo tempo em que se sucateiam estas políticas. É importante destacar que esta proposta já havia sido rechaçada nas urnas e está sendo imposta por um governo golpista, de um presidente ilegítimo e sem nenhum compromisso com o povo.
Outra questão importante é que, diante do fato de que o país está enfrentando uma recessão econômica, é bem provável que aumentem o desemprego e a pobreza de grande parte da população. Com isso, crescerá a demanda pelas políticas sociais, em especial, pela assistência social, o que exigiria sua expansão, quando na verdade ela seria reduzida. É o caso do Programa Bolsa Família (PBF), que oferece uma renda mensal mínima às pessoas que estão em situação de pobreza e extrema pobreza, garantindo sobrevivência à mulheres em situação gestacional, crianças e adolescentes de até 15 anos (somente entre 2012 e 2016 foram atendidas em média 13.939.052 pessoas, garantindo uma renda média de R$ 182,00 por família).
Além disso, há os programas como os serviços socioassistenciais (Suas), que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade e pobreza e que enfrentam violação de direitos ou rompimento de vínculos – como os casos atendidos pelos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), por exemplo.
O estudo deixa claro que esta proposta resultará em perdas (irreparáveis) na área social. A situação que se vislumbra é de um crescimento das necessidades das políticas de assistência social, ao mesmo tempo em que se sucateiam estas políticas. É importante destacar que esta proposta já havia sido rechaçada nas urnas e está sendo imposta por um governo golpista, de um presidente ilegítimo e sem nenhum compromisso com o povo.
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