Como informado pelo tesouro nacional, a dívida pública
federal em setembro rompeu pela primeira vez a barreira de R$ 3
trilhões. Em comparação com o mês anterior (quando a dívida havia
atingido R$ 2,95 trilhões), a alta foi de 3,1%, alcançando R$ 3,047
trilhões.
O que tem justificado tal aumento? Dados revelam que a alta
está relacionada com a emissão líquida, isto é, colocação de títulos
públicos no mercado acima do valor gasto com pagamento de títulos
vencidos, além das despesas com juros. Em números, as emissões de
títulos públicos somaram R$ 78,34 bilhões. Já o gasto com os títulos
vencidos totalizou R$ 16,36 bilhões. O resultado desta diferença são os
R$ 62 bilhões referentes ao aumento da dívida apenas oriundo da
colocação de títulos a mercado. No que tange o aumento da dívida fruto
das despesas com juros, esta também foi expressiva. A taxa de juros
muito acima do aceitável para uma economia em recuperação tem onerado
significativamente a dívida pública. No mês passado a despesa com juros
foi de R$ 29,74 bilhões - que contribuiu para elevar a dívida na mesma
proporção.
A dificuldade de retomada da economia tem se concretizado
por medidas procíclicas do governo. Neste momento, para o equilíbrio das
contas públicas, urge a necessidade de se reduzirem as taxas de juros
com maior celeridade. No curto prazo, tal medida diminuiria a despesa
com juros e poderia, ainda, aumentar a arrecadação advinda da
recuperação da economia. A recente tímida redução das taxas de juros não
contribui para este fim, uma vez que o atual patamar ainda impacta
fortemente a despesa com juros e o endividamento das empresas solapadas
pela crise.
quinta-feira, 27 de outubro de 2016
Dívida pública federal atinge R$ 3,047 trilhões
Marcadores:
F Perseu Abramo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário