A
Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) e pelo Ministério da Saúde,
visitou cerca de 80 mil domicílios em 1.600 municípios de todo o país,
no segundo semestre de 2013, e seus resultados preliminares trazem
informações sobre hábitos alimentares, tabagismo, consumo de bebidas
alcoólicas e doenças crônicas não transmissíveis. Atualmente,
as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) (como doenças
cardiovasculares, câncer, diabetes, enfermidades respiratórias crônicas e
doenças neuropsiquiátricas) respondem por mais de 70% das causas de
morte no país. A PNS estimou que entre as pessoas com 18 anos ou mais no
Brasil:
- 37,3% consumiam cinco porções diárias de frutas e hortaliças (quantidade recomendada pela OMS). A frequência de mulheres (39,4%) com esse padrão de consumo era maior que a dos homens (34,8%);
- 37,2% consumiam carne ou frango com excesso de gordura;
- 23,4% consumiam refrigerantes pelo menos cinco dias por semana e 21,7% faziam consumo regular de bolos, tortas, chocolates, balas e biscoitos doces;
- 14,2% consumiam sal em porção diária alta ou muito alta. Esse percentual entre as mulheres (12,5%) era menor que o dos homens (16,1%);
- 24,0% consumiam bebida alcoólica uma vez ou mais por semana. Essa frequência era quase três vezes maior entre os homens (36,3%) do que entre as mulheres (13,0%). A pesquisa também aponta que 27,4% dos homens dirigiam após beber, contra 11,9% entre as mulheres;
- 46,0% não praticaram qualquer atividade física no lazer nos últimos três meses, não realizaram esforços físicos intensos no trabalho, não se deslocaram para o trabalho ou a escola a pé ou de bicicleta. As mulheres mostraram as frequências mais altas de inatividade;
- 12,7% dos adultos eram fumantes diários e 17,5% eram ex-fumantes;
- 21,4% referiram o diagnóstico médico de hipertensão arterial, com maior proporção entre as mulheres (24,2%) do que entre os homens (18,3%);
- 6,2% receberam diagnóstico de diabetes, e a maior incidência era entre as mulheres (7,0%). Entre as complicações de saúde decorrentes do diabetes, a mais relatada foi a ocorrência de problemas de visão. Já o colesterol alto foi diagnosticado em 12,5% dos adultos e a proporção foi maior entre as mulheres (15,1%) do que entre os homens(9,7%);
- 1,5% receberam diagnóstico de acidente vascular cerebral (AVC) ou derrame e 4,2% tiveram diagnóstico médico de alguma doença do coração;
- 18,5% tinham problema crônico de coluna, percentual que aumenta entre pessoas sem instrução e com fundamental incompleto (24,6%);
- 7,6% receberam diagnóstico de depressão por profissional de saúde mental;
- 1,8% obtiveram diagnóstico de câncer. Os quatro tipos mais frequentes de câncer encontrados pela PNS foram o câncer de mama (relatado por 39,1% das mulheres), de pele (que incidia em 16,2% dos adultos), de próstata (36,9% dos homens) e o de colo de útero (11,8% das mulheres);
Assim,
a partir dessa pesquisa, os formuladores de políticas públicas e o
público em geral passam a ter informações mais precisas sobre
características gerais da saúde da população brasileira e os desafios a
serem superados.
Análise: Ana Luíza Matos de Oliveira, economista
As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade do seu autor,
não representando a visão da FPA ou de seus dirigentes.
As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade do seu autor,
não representando a visão da FPA ou de seus dirigentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário