terça-feira, 30 de novembro de 2010

Documentário narra história de dois meninos


Documentário narra história de dois meninos que tentam encontrar seu lugar no mundo dos adultos



O cineteatro do Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza exibirá, com entrada franca, o documentário "No meio do mundo" (Puisque nous sommes nés), dirigido pelo francês Jean-Pierre Duret e a brasileira Andrea Santana, no próximo dia 11 de dezembro (sábado), às 10h30. Após a exibição, os dois diretores debaterão o filme com o público presente.

O filme conta uma história universal: a história de dois meninos que tentam encontrar seu lugar no mundo dos adultos. Eles sabem que lá onde eles nasceram não existe futuro possível. Esta busca de identidade tem como cenário o interior do Nordeste do Brasil, mas poderia se situar em qualquer lugar, em qualquer outro país.

"No meio do mundo" não é um retrato miserabilista ou angelical da pobreza e da violência no Brasil. O que é mais surpreendente e tocante nos personagens Nego e Cocada é a energia que empregam para escapar do destino anunciado.

Eles querem saber quem eles são e fazer alguma coisa da vida deles. A linguagem deles contém o que os aproxima. No filme, esta linguagem é confrontada com o discurso dos políticos, com o discurso de Lula, natural de Pernambuco, em campanha eleitoral de reeleição para presidente. Na situação de segregação econômica que o Brasil vivencia, eles se tornaram os invisíveis aos quais se nega o valor de suas próprias histórias.



Sinopse do filme

Brasil. Nordeste. Estado de Pernambuco. Um imenso posto de gasolina no meio de uma terra seca, cortada por uma estrada sem fim. Cocada e Nego têm 14 e 13 anos. Cocada tem um sonho, vir a ser caminhoneiro. Ele dorme na cabine de um velho caminhão e durante o dia ajuda no posto e faz bicos. O pai dele foi assassinado, então ele encontrou um pai de adoção, Mineiro, um caminhoneiro que se preocupa em conversar com ele, em apoiá-lo quando a tentação do dinheiro ganho facilmente torna-se mais forte que tudo.
Nego vive numa favela cercado de uma numerosa frátria. Depois do trabalho de cuidar das cabras, sua mãe quer que ele vá à escola para ter uma boa educação, mas Nego quer partir, ganhar dinheiro. À noite, ele ronda o posto de gasolina, fascinado pelas vitrines iluminadas, pelos comerciantes que vendem de tudo e pela comida abundante. Com seu amigo Cocada, eles olham o movimento intenso dos caminhões e dos viajantes de passagem.
Tudo fala a eles deste grande país do qual eles não sabem nada. Com esta maturidade singular que se adquire muito cedo na adversidade, eles se interrogam sobre suas identidades e sobre o futuro. A única perspectiva: uma estrada na direção de São Paulo, na direção de alhures.

O documentário tem classificação indicativa livre e duração de 120 minutos. O filme tem o patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

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