terça-feira, 13 de julho de 2010

Exposições do Solar apresentam a arte das videoinstalações



Os trabalhos de videoinstalação foram contemplados no edital Bolsa Produção para Artes Visuais e permanecem em exposição até o dia 8 de agosto, no Solar do Barão.

Imagens e sons compõem a linguagem das intervenções mostradas no Solar do Barão até dia 8 de agosto, como resultado dos projetos que foram contemplados no edital Bolsa Produção para Artes Visuais 2009, da Fundação Cultural de Curitiba. O edital foi concebido com o objetivo de incentivar, por meio de recursos do Fundo Municipal de Cultura, as manifestações de artes visuais desenvolvidas na cidade.

A artista plástica Ana Bellenzier registrou, durante 30 dias, um experimento para verificar se os pombos urbanos alimentados com sementes de flores colaboram para o crescimento delas. “Os pombos que habitam as Praças Tiradentes, Osório, Santos Andrade e o Passeio Público foram alimentados com sementes de flores diferentes das utilizadas no ajardinamento público, numa tentativa de restabelecer a condição natural destas aves como dispersoras de sementes”, explica a artista, que é bacharel em Gravura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná.

As imagens e sons dessas ações, unidas a um roteiro criado a partir das experiências vividas no decorrer do processo de trabalho, como também às informações científicas pertinentes à compreensão do universo deste experimento, resultaram na videoinstalação Ornitologia Urbana que empresta e transforma a linguagem do documentário científico.

Descobrindo o bairro - Com o trabalho intitulado A Casa, o Quintal e o Bairro, Mainês Olivetti mostra o resultado de um ano e meio de pesquisa. A artista trabalha com a interação do público que, ao se apropriar de um “mouse-controle remoto” tem autonomia para decidir onde vai clicar, embora não faça ideia do que vai ver.

A escolha do local em que seriam projetadas as imagens de um bairro, exibidas numa sala escura no Solar do Barão, foi um processo cuidadoso. “Elas são projetadas de forma a percorrer as paredes do espaço expositivo, incluindo portas, janelas, colunas e toda arquitetura ou mobiliário que se fizesse presente, ou o próprio corpo do espectador em alguns momentos”, afirma Mainês, que se formou em História, especializou-se em História da Arte Moderna e Contemporânea e desde 1995 atua no cenário artístico nas diferentes linguagens das artes visuais.

Nada a ver – O nome da exposição de Margit Leisner é no mínimo instigante: [ nada a ver ] ou: hmmm hm, hm hmmm if I could melt your heart. A exposição é, na verdade, o quarto momento de um projeto que vem acontecendo desde 2008. A dimensão visual e sonora é explicitada pela presença de um sino ou de adesivos, representando bem-te-vis colados às janelas. Dois monitores de vídeo mostram imagens geradas durante o projeto. Cenas da máquina usada para lixar o piso da sala de exposição, por exemplo, aparecem no monitor colocado no chão. Cada objeto, cada imagem reflete um momento do projeto, revela ações transformadas em arte. “A sacola plástica que aparece numa imagem da avenida durante o carnaval curitibano pode significar uma referência bem-humorada ao mundo das artes plásticas”, arremata Margit.

Tempo preso - O tempo passa diante de uma câmera fixa. Os quatro vídeos apresentados na videoinstalação “quando prendo o tempo as coisas se tocam”, de Marisa Weber, permitem ao espectador reavaliar suas ideias de tempo e movimento. Sob um único ponto de vista, a movimentação em cada um dos vídeos se faz por atos mecânicos, digitais ou pelo próprio encaminhamento da ação que se faz lenta. Pode parecer sem movimento para o observador acostumado às imagens rápidas e fugazes do cotidiano. “Isso torna possível desterritorializar ações e imagens, manipulando o tempo para então observá-lo”, diz a artista, graduada em Gravura e com especialização em História da Arte do Século XX. A alteração da noção de tempo e espaço acontece a partir de deslocamentos mínimos, que justamente pelo contraste com o que há pouco era estático, imprime dinâmica aos elementos que compõem a cena. É o tempo do mínimo gesto. Tempo de um contentamento delicado e fugidio, que parece dilatar-se com a vontade de ver e de apenas ser.

Confira a relação das exposições do programa Bolsa Produção:

Ornitologia Urbana – Experimento nº 1, de Ana Bellenzier

Aquele biografado, de Clovis Cunha

Mirada, de Deborah Bruel

Quase, de Gilberto Kosiba

Verso, de Joana Corona

[ Nada a ver ] Ou : mmm hm, hm hmmm if I could melt your heart,

de Margit Leisner

O Etnógrafo Naïf, curadoria de Pierre Lapalu – desenhos de Joaquim Nunes de Souza , o Joca

Quando prendo o tempo as coisas se tocam, de Marisa Weber

100 Importâncias, de Nicole Lima

Reorganizações Urbanas, de Gustavoprafrente

Desvios, de Juliana Gisi

A Casa, o quintal e o bairro, de Mainês Olivetti

Serviço:

Exposições do programa Bolsa Produção

Local: Solar do Barão (Rua Carlos Cavalcanti, 533) – Salas do Museu da Gravura e do Museu da Fotografia.

Data: Até 8 de agosto de 2010

Horários – de terça a sexta-feira, das 9 às 12h e das 13h às 18h. Sábados, domingos e feriados das 12h às 18h.

Informações: 3321-3367. Agendamento de visitas monitoradas: 3321-3275

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