segunda-feira, 3 de maio de 2010

Palestra de Albino Rubim abre seminário de política cultural

A palestra de Albino Rubim, diretor do Instituto de Humanidades, da Bahia, deu início nesta segunda-feira (3) ao encontro sobre política e gestão culturais, que acontece até sexta-feira, no Salão de Atos do Parque Barigüi.

Os desafios contemporâneos no campo da cultura foram tema da palestra de abertura do I Curso Gestão e Financiamento da Cultura e do II Seminário Cultura, Cidade e Desenvolvimento, promovidos pela Fundação Cultural de Curitiba, em parceria com o Observatório Itaú Cultural. A palestra foi apresentada pelo professor Albino Rubim, diretor do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos, da Bahia. O encontro, com mais de 500 participantes, entre produtores, artistas e gestores culturais, acontece até sexta-feira (7), no Salão de Atos do Parque Barigüi.

O evento foi aberto pelo diretor financeiro da Fundação Cultural de Curitiba, Nilton Cordoni Júnior, e pela coordenadora do Observatório Itaú Cultural, Josiane Mozer. Ainda nesta segunda-feira, a professora Cláudia Leitão, da Universidade Estadual do Ceará, aborda o tema “O Desafio da Sustentabilidade dos Projetos Culturais”.

Nesta primeira palestra, Albino Rubim empreendeu uma viagem histórica pelos caminhos da cultura brasileira, destacando os períodos de ausência do Estado, a época do totalitarismo e a instabilidade verificada nas políticas culturais. De nomes de ampla visão cultural, como Mário de Andrade, primeiro gestor cultural de São Paulo, passando por Gustavo Capanema, ministro da Educação e Saúde (1934 – 1945), depois pela Era Vargas e a ditadura, até chegar às iniciativas atuais, Rubim destacou pontos importantes, citando a tradição da relação entre autoritarismo e políticas culturais.

Citando a primeira lei brasileira de incentivos fiscais para a cultura, a Lei Sarney (1985), depois a criação da Lei Rouanet (1991) e a Lei do Audiovisual (1993), Rubim evidenciou que as leis de incentivo tornaram-se elo vital do financiamento da cultura, no Brasil. O palestrante lembrou que tais leis ocupam o lugar das políticas culturais governamentais, levando o governo a transferir suas obrigações nessa área. “Não sou contra leis de incentivo. Sou contra a maneira brasileira de leis de incentivo, que aqui se transformaram praticamente na única forma de financiamento da cultura”, enfatizou.

Para Rubim, o mecanismo das leis brasileiras de incentivo à cultura deixou de ser uma parte do processo para se tornar política cultural. “O Estado delegou totalmente à iniciativa privada a decisão sobre o que deve ser financiado e passou a ser um mero repassador de recurso”, ponderou.

Albino Rubim considera que o campo cultural no Brasil continua frágil institucionalmente, mas acredita que o Plano Nacional de Cultura e o Sistema Nacional de Cultura, se aprovados pelo Congresso Nacional, representarão um grande avanço, pois com eles as políticas culturais não ficarão mais na dependência das vontades dos governantes. ” Precisamos de políticas de Estado e não de governo”, diz.

Professor titular da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Albino Rubim também é pesquisador do CNPq e do Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (CULT). Docente do Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (PÓS-CULTURA), o professor ocupa o cargo de Presidente do Conselho Estadual de Cultura da Bahia. Foi diretor da Faculdade de Comunicação e presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação em Comunicação (COMPÓS).



Serviço:

I Curso Gestão e Financiamento da Cultura e

II Seminário Cultura, Cidade e Desenvolvimento

Local: Salão de Atos – Parque Barigui (Av. Cândido Hartmann, s/nº - Parque Barigui)

Data: até 7 de maio de 2010, das 9h às 18h.

www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br

Informações: seminario_info@fcc.curitiba.pr.gov.br

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