sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Marcelo Tas reúne 1.200 pessoas em palestra sobre o mundo digital


"A gente viveu num mundo no qual só se falava. Hoje tem que aprender a deliciosa arte de ouvir várias experiências.” Foi com essa constatação que o diretor, apresentador e roteirista de TV Marcelo Tas resumiu a inovação e a criatividade na era digital, em palestra na última quarta-feira (30), na 9ª. Feira de Gestão da FAE Business School, em Curitiba. "Quando eu era estudante, o professor era o único provedor de informações. A gente tinha o que ele falava como verdade e acabou. Hoje, o aluno está conectado a várias outras fontes”, disse a uma plateia lotada.

O apresentador do programa CQC elencou as principais mudanças no acesso à informação nos dias de hoje. "A primeira é o consumo de mídia. Até pouco tempo atrás, a TV era a principal fonte, o conteúdo ia na direção da pessoa. Hoje, o indivíduo vai atrás do conteúdo, em vez de ficar sentado esperando o jornal da TV. A relação é totalmente diferente. Os meios atuais são interativos.”

Outra diferença citada por ele é a quantidade. "Com a popularização da web, nunca se produziu tanta informação”, afirmou. "E ela está sendo processada numa velocidade espantosa.” Tas contou como, em 1988, conheceu a internet em uma universidade de Nova York. "Fiz meu e-mail e, quando cheguei ao Brasil, não tinha ninguém com quem conversar. Era como namorar a Luana Piovani numa ilha deserta. Você não tem para quem contar”, brincou.

Segundo Tas, o poder da rede ainda é ignorado por muitos. "Vocês nem têm ideia de quanta gente famosa tem na internet que a gente nem conhece.” Ele contou que foi por meio de um blog que um dos atuais roteiristas do CQC foi descoberto. Ferramentas como o Twitter são utilizadas constantemente pelo programa para interagir com os telespectadores. "A TV sempre foi aquela que só falava e não ouvia a audiência. Hoje, isso é possível”, constatou.

Tas lembrou o desenho animado "Os Jetsons” para mostrar como o futuro imaginado no passado já chegou. Mas ele alertou para a importância de se preocupar com o agora. "Hoje a gente fica muito pressionado para ficar ansioso com o futuro e angustiado com o passado. Quando a gente fica no futuro ou no passado, o lugar em que não está é no presente, que é o único em que se pode fazer alguma coisa”, disse.

Apesar de pregar as vantagens da tecnologia, Tas defendeu o livro como fonte de conhecimento. "Se hoje eu pudesse investir em alguma coisa para enfrentar o mercado de trabalho, eu leria dez bons livros. Nesse mundo digital, é importante a síntese, o entendimento rápido do texto e a escrita. Nunca se leu e escreveu tanto como hoje”, finalizou.

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