domingo, 21 de outubro de 2007

continuando


Já a Loira do Banheiro não é tão feia e consta no folclore jornalístico que foi mais uma criscuolada (adjetivo da imprensa paulistana) para vender-se mais jornal e livremente inspirada em uma propaganda televisiva, onde aparecia uma loira que ajudava os homens a fazer uma barba com mais suavidade (sic). Esta lenda urbana é muito famosa entre os alunos de escolas da rede pública na cidade de São Paulo e acabou por chegar por Recife assustando até coleguinhas aqui do nosso Suplemento Cultural.A “versão oficial” da lenda é que uma garota muito bonita de cabelos loiros com aproximadamente 15 anos, sempre planejava maneiras de matar aula. Uma delas era ficar no banheiro da escola esperando o tempo passar. No entanto um dia, um acidente terrível aconteceu. A loira escorregou no piso molhado do banheiro e bateu sua cabeça no chão. Ficou em coma e pouco tempo depois veio a falecer.


Para que esses mitos não se percam, contamos a tradição oral e sua inclusão nas mais variadas formas de arte. Foi assim que esses assustadores seres ganharam uma nova oportunidade em um livro infanto-juvenil de Luciana Garcia. A autora de “O Mais Misterioso do Folclore” (editora Caramelo) com auxilio dos ilustradores Roger Cruz e Bruna Brito atualiza o folclore brasileiro. Traz muito dos mitos antigos e indígenas e inclui os urbanos e recentes. São histórias de assustar e só recomendáveis para maiores de oito anos, porém, não há como negar que ela encontrou uma forma simpática de contá-las. Talvez por ser escritora e jornalista conseguiu traçar um perfil de cada personagem com qualificação digna de caderno variedades, e assim ficamos sabendo que o Boto detesta homens e adora uma balada ou ainda que A loira do Banheiro adora dar sustos e detesta a inspetora da escola, que insiste em dizer que ela não existe!
OS CLÁSSICOS
Como em todo o tema temos os clássicos, e quando falamos em literatura melhor ainda. O clássico do terror competindo com múmias, bruxas e lobisomens é o vampiro. Vampiros de verdade, como bons Bela Lugosi e Christopher Lee (e mais tardiamente Peter Cushing) estão em falta, mas na história o terrível Drácula realmente existiu. O Conde Drácula, ou Grande Vampiro era Vlad Tepes, um príncipe romeno que herdou de seu pais o título Drácula, isso é “filho de Dracul”. Sanguinário, habitava um castelo como o personagem criado por Bram Stoker. Não saía voando e se transformando, porém torturava e tinha “refinado” gosto por sadismo sexual. Consta que empalava mulheres. Nunca se soube que gostava de beber sangue como seu personagem, mas era impiedoso para com seus inimigos e é considerado um herói em seu país, a Romênia.
Se Bram Stoker foi o iniciador (de sucesso) desta literatura de vampirismo, abriu uma senda para muitos outros. São considerados clássicos os pioneiros Dom Augustin Calme (1672-1757) com seu "Traité sur les apparitions, etc..."; John William Polidori (1795-1821) “O Vampiro" e logicamente Bram Stoker (1847-1912) “Dracula". Joseph Sheridan LeFanu escreveu o belo e assustador "Carmilla".
Depois vieram Howard Philippe Lovecraft (1890-1937) “A Mansão Maldita" e Catherine Moore "Shambleau"; Richard Matheson "Eu sou uma lenda"; Stephen King com "Salem" e Anne Rice. Vamos falar sobre estes dois últimos, novos campeões de vendagens.
POR EDUARDO CRUZ

Nenhum comentário: