Patrick Boucheron
Como se revoltar?
Tradução de Cecília Ciscato
Projeto gráfico de Raul Loureiro
Coleção Fábula | 64 p. | 12 x 18 cm | 84 g. | ISBN 978-85-7326-694-8 | R$ 34,00
Na breve conferência Como se revoltar?, Patrick Boucheron
aborda o tema da insurgência social de um ponto de vista inesperado: o
da época medieval. Mais do que uma idade das trevas, de crença cega e
opressão brutal, o período é também pródigo de figuras irreverentes e
rebeldes, como Robin Hood e Ivanhoé, e de revoltas religiosas e
insurreições camponesas. Recontando alguns desses fatos, o historiador
francês nos convida a visitar uma outra Idade Média, fascinante,
contraditória e cheia de alertas e sugestões para os tempos presentes —
pois, para ele, “a história é uma arte da emancipação”.
O que um estudioso da Idade Média poderia ter a dizer sobre a
revolta? Nada ou muito pouco, à primeira vista: a época medieval não é,
justamente, uma idade de trevas, feita de crença cega e opressão brutal?
Mas, sendo assim, como explicar o fascínio juvenil que ela
continua a nos inspirar? Os castelos e igrejas, símbolos de poder
temporal e espiritual, certamente não bastariam, como observa Patrick
Boucheron nesta conferência irresistível sobre Como se revoltar?
Se a Idade Média nos acompanha desde a escola e não cessa de irrigar
nosso imaginário adulto, isso se dá na exata medida em que ela é pródiga
de figuras irreverentes e rebeldes, numa gama que vai do bobo da corte
ao cavaleiro solitário, de Robin Hood a Ivanhoé, do herege ao camponês
revoltado. Recontando algumas dessas histórias e lançando uma luz
surpreendente sobre seus personagens, o historiador francês convida o
leitor a visitar uma outra Idade Média, fascinante, contraditória e
cheia de alertas e sugestões para os tempos presentes — pois, para
Boucheron, “a história é uma arte da emancipação”.
Sobre o autor
Patrick Boucheron, nascido em Paris, em 1965, é um historiador
especializado na Idade Média, em particular na península italiana.
Depois de concluir os estudos na Escola Normal Superior de Saint-Cloud e
o doutorado na Sorbonne, ensinou em diversas instituições antes de ser
eleito em 2015 para uma cátedra no Collège de France. Entre seus livros,
destacam-se Léonard et Machiavel (2008) e Conjurer la peur: Sienne, 1338 (2013).
Intelectual presente na cena pública, Boucheron coordenou dois projetos
editoriais em que tentou levar a prática de sua disciplina além do
campo das histórias nacionais: Histoire du monde au XVe siècle (2009) e Histoire mondiale de la France (2017).
Sobre a tradutora
Cecília Ciscato nasceu em São Paulo, em 1977. Graduada em Letras pela
Universidade de São Paulo (2011), é também mestre em língua francesa
pela Université Paris Descartes (2015). Traduziu o Discurso do prêmio Nobel de literatura 2014, de Patrick Modiano (Rio de Janeiro: Rocco, 2015), e verteu, para a coleção Fábula, Que emoção! Que emoção?, de Georges Didi-Huberman (2016), Outras naturezas, outras culturas, de Philippe Descola (2016) e O homem que plantava árvores, de Jean Giono (2018, em colaboração com Samuel Titan Jr.).
Texto de orelha
Falamos o tempo todo de revolta, em todos os domínios da vida. Ideia
praticamente unânime, ela parece bastar a si mesma e nos dispensar de
pensar a seu respeito. Nada de mais enganoso, afirma o historiador
Patrick Boucheron. Que revolta é essa, tão normal que mais parece fazer
parte da ordem das coisas? E, se há revoltas que ameaçam pôr o
mundo de cabeça para baixo, não há também outras que parecem servir mais
ao poder que à liberdade? Não haverá, então, coisas muito diversas e
mesmo contraditórias sob essa palavra que ora ofusca, ora esclarece? De
pergunta em pergunta, Boucheron convida o leitor à questão maior que dá
título a este livro: Como se revoltar?
A fim de sugerir algumas pistas, o autor toma distância e recua até a
Idade Média europeia, revisitando imagens e figuras que até hoje povoam
nosso imaginário: cavaleiros andantes e bobos da corte, Robin Hood e
Ivanhoé, a cruzada das crianças e as revoltas camponesas... Com grande
simpatia por seus personagens, Boucheron mostra os muitos sentidos que
as revoltas puderam assumir, a imensa variedade de atitudes que homens e
mulheres medievais experimentaram, as relações que mantiveram com a
ordem vigente e, mais que tudo, as possibilidades que abriram — para
seus protagonistas, é claro, mas também para o presente.
Volume originalmente editado na coleção Les Petites Conférences,
publicada na França pela editora Bayard, esta breve conferência de
Patrick Boucheron sobre a revolta foi proferida em Montreuil, perto de
Paris, em 13 de fevereiro de 2016, e chega agora ao leitor brasileiro no
âmbito da coleção Fábula.
terça-feira, 22 de maio de 2018
[coleção Fábula] Editora 34 lança COMO SE REVOLTAR?, de Patrick Boucheron
Marcadores:
Editora 34
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