terça-feira, 22 de maio de 2018

[coleção Fábula] Editora 34 lança COMO SE REVOLTAR?, de Patrick Boucheron

Patrick Boucheron Como se revoltar?
Tradução de Cecília Ciscato
Projeto gráfico de Raul Loureiro

Coleção Fábula | 64 p. | 12 x 18 cm | 84 g. | ISBN 978-85-7326-694-8 | R$ 34,00
Na breve conferência Como se revoltar?, Patrick Boucheron aborda o tema da insurgência social de um ponto de vista inesperado: o da época medieval. Mais do que uma idade das trevas, de crença cega e opressão brutal, o período é também pródigo de figuras irreverentes e rebeldes, como Robin Hood e Ivanhoé, e de revoltas religiosas e insurreições camponesas. Recontando alguns desses fatos, o historiador francês nos convida a visitar uma outra Idade Média, fascinante, contraditória e cheia de alertas e sugestões para os tempos presentes — pois, para ele, “a história é uma arte da emancipação”.
O que um estudioso da Idade Média poderia ter a dizer sobre a revolta? Nada ou muito pouco, à primeira vista: a época medieval não é, justamente, uma idade de trevas, feita de crença cega e opressão brutal? Mas, sendo assim, como explicar o fascínio juvenil que ela continua a nos inspirar? Os castelos e igrejas, símbolos de poder temporal e espiritual, certamente não bastariam, como observa Patrick Boucheron nesta conferência irresistível sobre Como se revoltar?
Se a Idade Média nos acompanha desde a escola e não cessa de irrigar nosso imaginário adulto, isso se dá na exata medida em que ela é pródiga de figuras irreverentes e rebeldes, numa gama que vai do bobo da corte ao cavaleiro solitário, de Robin Hood a Ivanhoé, do herege ao camponês revoltado. Recontando algumas dessas histórias e lançando uma luz surpreendente sobre seus personagens, o historiador francês convida o leitor a visitar uma outra Idade Média, fascinante, contraditória e cheia de alertas e sugestões para os tempos presentes — pois, para Boucheron, “a história é uma arte da emancipação”.
Sobre o autor
Patrick Boucheron, nascido em Paris, em 1965, é um historiador especializado na Idade Média, em particular na península italiana. Depois de concluir os estudos na Escola Normal Superior de Saint-Cloud e o doutorado na Sorbonne, ensinou em diversas instituições antes de ser eleito em 2015 para uma cátedra no Collège de France. Entre seus livros, destacam-se Léonard et Machiavel (2008) e Conjurer la peur: Sienne, 1338 (2013). Intelectual presente na cena pública, Boucheron coordenou dois projetos editoriais em que tentou levar a prática de sua disciplina além do campo das histórias nacionais: Histoire du monde au XVe siècle (2009) e Histoire mondiale de la France (2017).

Sobre a tradutora
Cecília Ciscato nasceu em São Paulo, em 1977. Graduada em Letras pela Universidade de São Paulo (2011), é também mestre em língua francesa pela Université Paris Descartes (2015). Traduziu o Discurso do prêmio Nobel de literatura 2014, de Patrick Modiano (Rio de Janeiro: Rocco, 2015), e verteu, para a coleção Fábula, Que emoção! Que emoção?, de Georges Didi-Huberman (2016), Outras naturezas, outras culturas, de Philippe Descola (2016) e O homem que plantava árvores, de Jean Giono (2018, em colaboração com Samuel Titan Jr.).

Texto de orelha
Falamos o tempo todo de revolta, em todos os domínios da vida. Ideia praticamente unânime, ela parece bastar a si mesma e nos dispensar de pensar a seu respeito. Nada de mais enganoso, afirma o historiador Patrick Boucheron. Que revolta é essa, tão normal que mais parece fazer parte da ordem das coisas? E, se há revoltas que ameaçam pôr o mundo de cabeça para baixo, não há também outras que parecem servir mais ao poder que à liberdade? Não haverá, então, coisas muito diversas e mesmo contraditórias sob essa palavra que ora ofusca, ora esclarece? De pergunta em pergunta, Boucheron convida o leitor à questão maior que dá título a este livro: Como se revoltar?

A fim de sugerir algumas pistas, o autor toma distância e recua até a Idade Média europeia, revisitando imagens e figuras que até hoje povoam nosso imaginário: cavaleiros andantes e bobos da corte, Robin Hood e Ivanhoé, a cruzada das crianças e as revoltas camponesas... Com grande simpatia por seus personagens, Boucheron mostra os muitos sentidos que as revoltas puderam assumir, a imensa variedade de atitudes que homens e mulheres medievais experimentaram, as relações que mantiveram com a ordem vigente e, mais que tudo, as possibilidades que abriram — para seus protagonistas, é claro, mas também para o presente.
Volume originalmente editado na coleção Les Petites Conférences, publicada na França pela editora Bayard, esta breve conferência de Patrick Boucheron sobre a revolta foi proferida em Montreuil, perto de Paris, em 13 de fevereiro de 2016, e chega agora ao leitor brasileiro no âmbito da coleção Fábula.

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