Com apenas 11% de avaliação positiva, Temer manteve sua
baixa popularidade, segundo a pesquisa CUT-Vox Populi, realizada entre 9
e 13 de outubro. Cerca de um terço da população (34%) considera seu
desempenho negativo, mantendo a taxa inalterada desde maio de 2016.
Cresce a taxa de regular, de 33% para 40%, principalmente devido à
redução da taxa dos que não souberam opinar (de 21% em junho, para os
atuais 15%).
A pior avaliação do desempenho de Temer está na região
Nordeste, onde 46% o avaliam negativamente, e também na população de
renda mais baixa (37%, com renda inferior a dois salários mínimos). A
avaliação positiva não varia para além da margem de erro, e oscila entre
8% e 12% nas regiões do Brasil. O mesmo se observa em relação à
variação de renda familiar.
As opiniões quanto ao futuro do Brasil se dividem: um
terço acredita que no governo Temer o Brasil vai ficar melhor do que
está e o mesmo percentual acredita que vai piorar (33%). Outros 25%
acreditam que não vai mudar. A expectativa negativa é maior no Nordeste,
onde chega a 50%, e a mais positiva no Norte e Centro-Oeste, onde chega
a 40%.
As principais medidas anunciadas pelo governo Temer, como o
aumento da idade mínima para aposentadoria para 65 anos e o
congelamento dos gastos públicos pelos próximos 20 anos, são
desaprovadas por ampla maioria da população; 80% discordam que a idade
mínima para a aposentadoria deva aumentar para 65 anos, medida que
prejudica principalmente os trabalhadores mais pobres, que começam a
trabalhar mais cedo, contra 15% que concordam.
A PEC 241 é rejeitada por 70% da população. Concordam com a
aprovação da medida 19%; 6% são indiferentes - não concordam nem
discordam; e 5% não sabem, não responderam ou não têm opinião formada. A
PEC é a principal medida anunciada pelo governo, que congela os gastos
públicos nos próximos vinte anos, com reposição apenas dos índices de
inflação, o que impedirá o aumento de investimentos em saúde, educação e
assistência social, áreas já deficitárias no país.
A pesquisa também levanta intenções de voto se as eleições
para presidente fossem hoje. Em resposta espontânea, sem indicação de
nenhum candidato, Lula é o nome mais citado, por 28% da população. Em
resposta estimulada, Lula recebe 35% das intenções de voto, quando o
adversário peessedebista é Geraldo Alckmin (12%), e Marina recebe 13%.
Quando o candidato tucano é Aécio Neves, Lula aparece com 34% das
preferências, contra 15% de Aécio e 11% de Marina Silva.
Apesar dos inúmeros ataques a Lula, seu indiciamento sem
provas e a aceitação de sua condição como réu pelo Juiz da Lava-Jato, as
intenções de voto em Lula para presidente nas próximas eleições
aumentaram cinco pontos (de 29% em junho, para atuais 34%), enquanto as
de Marina Silva recuaram sete (de 18% para 11%) e as de Aécio se
mantiveram estáveis (16% e 15%, respectivamente).
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
PEC 241 é rejeitada pela maioria da população brasileira
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F Perseu Abramo
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