quinta-feira, 31 de março de 2016

CEPAL: queda da pobreza na América Latina desacelera


Publicação da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL) lançada neste mês discute a pobreza na América Latina e no Caribe e mostra que ela persiste como um fenômeno estrutural que caracteriza a sociedade latino-americana.
As estimativas mais recentes (dados de por volta de 2013) permitem estabelecer que a pobreza extrema apresentou valores similares aos de 2011: a tendência de queda das taxas de pobreza e pobreza extrema se desacelerou e inclusive se reverteu nos primeiros anos da presente década, fato que, associado ao crescimento demográfico, deixa como saldo um maior número de pessoas em situação de pobreza extrema em 2013. Na comparação com 2002, no entanto, quando se registrou o valor mais alto dos últimos 15 anos, a queda acumulada da pobreza é de quase 16 pontos percentuais, dos quais 10,4 pontos percentuais correspondem à diminuição alcançada até 2008. Entre 2008 e 2013, o ritmo de declínio foi mais modesto, e a queda acumulada neste período foi de 5,4 pontos percentuais. Ainda, a expectativa não é de retomada forte da queda da pobreza nos anos de 2014 e 2015.
Quanto ao índice multidimensional de pobreza em 17 países da América Latina, em todos os países se observou uma queda na incidência da pobreza multidimensional entre 2005 e 2012 (ver gráfico abaixo). As baixas mais notórias ocorreram na Argentina, Uruguai, Brasil, Peru, Chile e República Bolivariana da Venezuela. No que diz respeito à incidência da pobreza por zona de residência, em todos os países a porcentagem de população pobre é maior nas zonas rurais do que nas urbanas.
O estudo ainda aponta que a eliminação brecha salarial de gênero (entre homens e mulheres) pode redundar em importantes melhoras do bem-estar dos domicílios, tanto em termos de aumento da renda como de baixas da pobreza e dos níveis de desigualdade socioeconômica.

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