Espetáculo com Edson Bueno e Ricardo Westphalen faz uma analogia bem humorada e urbana com o filme “O Sétimo Selo”, de Ingmar Bergman.
Uma história onde a Morte, além de ser um personagem de carne e osso, é metida a erudita, tem espírito autoritário e faz de conta que sabe tudo da vida!
Uma história onde um sujeito crente que pode tudo e sabe da vida mais do que dele próprio, se depara com sua última noite e precisa convencer a Morte que lhe dê mais alguns dias ou algumas horas para consertar o que é impossível de ser consertado em tão pouco tempo.
O Ator A é um sujeito em crise. Está com 40 anos, divorciado e mora sozinho. Sua mulher o trocou por um cara 10 anos mais novo, sua filha mora no exterior e seu filho, fazendo faculdade, pouco tem contato com ele, apesar de morarem na mesma cidade. É um homem que trabalha, trabalha e trabalha. Faz as coisas ao contrário, com a sensação de estar fazendo pelo caminho certo. Vive de menos, achando que vive de mais, e, introspectivo, não exterioriza suas neuras e frustrações. Em resumo, acha que a vida é assim mesmo. E talvez seja. Acontece que num desses dias, absolutamente desavisado, ele recebe a visita da morte, o Ator B.
Quase num pastiche de um filme de Bergman (O Sétimo Selo) ele começa uma negociação com ela para prolongar um pouco mais sua vida, a fim de colocar algumas coisas em ordem e, pelo menos, viver um pouco do que deixou escapar pelos dedos. A morte é implacável, irônica, cruel e sádica. Ah! E metida a erudita. Cita Shakespeare, Nietzsche, Woody Allen, Fernando Pessoa, Chaplin, Bergman, Machado de Assis, Alvarez de Azevedo, Kafka, entre outros. Em meia dúzia de diálogos abre seus olhos para o que ele deixou de falar e viver.
O Ator A tem uma hora de peça teatral para convencê-la de que não é justo levá-lo depois de abrir seus olhos e iluminar o conhecimento dele próprio. Ironia e drama, Inocência e culpa. Vida e morte. Risos e lágrimas. E, apesar de tudo, nada é tão dramático quanto parece e o que poderia ser trágico bem pode ser cômico e patético. É o teatro!
SE EU MORRESSE AMANHÃ...
Texto de Edson Bueno e Ricardo Westphalen
Direção de Edson Bueno
Com Ricardo Westphalen (Ator A) e Edson Bueno (Ator B)
Fotos Chico Nogueira
SERVIÇO
Mini auditório do Teatro Guaíra
De Quinta a Domingo – 6 a 9 de agosto, às 20 horas
Ingresso: Inteira – 45,00 e meia – 22,50 – (Classe Teatral, estudantes, maiores de 60 anos, Clientes Vivo).
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