Por Dhanvantari Swami
Introdução
O
“Colóquio”, como ficou conhecido entre os participantes, surgiu como
uma oportunidade especial de demonstrarmos nossa base científica, nossa
tradição e história dentro do contexto da academia, onde o proselitismo
não encontra espaço.
Sem
dúvida alguma a característica mais interessante do Colóquio foi ser a
primeiríssima iniciativa acadêmica de reunir em formato universitário
padrão os pesquisadores dos temas Hinduísmo e Vaishnavismo neste país.
Surpreendentemente, aconteceu em Campina Grande, do dia 17 a 20 de março
deste ano, 2015, como uma iniciativa de parceria entre as universidades
públicas locais (UFCG e UEPB), o NEHVA (um núcleo de pesquisa do CNPQ) e
o Instituto Jaladuta. Se quiser, visite o site:
Para
o Instituto Jaladuta, receber o voto de confiança de ser uma
insitituição séria de ensino no campo de pesquisa proposto foi o momento
mais glorioso em seus 15 anos de existência. A parceria com as
universidades e o núcleo do CNPQ em um evento não-religioso estimulou no
Jaladuta o desafio mais exigente em seu caminho rumo à emancipação de
sua natureza exclusivamente confessional para a vocação científica
conjugada com a prática de bhakti. Reconheço que ainda temos de “comer muito feijão” para merecer a respeitabilidade que recebemos nesse evento, mas, estamos muito motivados e até “famintos” por isso.
Além dessa pequena apresentação, pretendo expor neste texto minhas observações sobre os seguintes tópicos:
1. Participação de alguns dos mais reconhecidos pesquisadores do tema no Brasil.
2. Importância de representatividade nossa na Academia.
3. Nova geração de devotos cultos, sóbrios e responsáveis.
4. Publicação de Livros.
5. Festival Hare paralelo.
1- Participação de alguns dos mais reconhecidos pesquisadores do tema no Brasil.
No
território nacional, apenas duas universidades federais têm o curso de
Ciência da Religião nos níveis de graduação, especialização, mestrado e
doutorado, são: Universidade Federal de Juiz de Fora, no estado de Minas
Gerais, e a Universidade Federal da Paraíba em João Pessoa. A
Universidade Estadual do Rio Grande do Norte e algumas universidades
privadas também oferecem Ciência da Religião como curso de graduação.
O
fenômeno religioso tem sido estudado em várias áreas do conhecimento
como sociologia, antropologia e filosofia. O estudo de línguas antigas
como sânscrito, latim e grego também atraem linhas de pesquisa no campo
da religião, mas, no Brasil, o tema Hinduísmo e Vaishnavismo tem
especialmente sido pesquisado pelos cursos de Ciência da Religião.
No
campo do Hinduísmo estão o Yoga, a Literatura Védica, o Vedanta, o
sânscrito, e sua interação com os interesses atuais como arquitetura
(Vastu Sastra), saúde (Ayur-veda), arte (dança, música e artes
plásticas) e religião. É principalmente nessa última categoria que nós,
membros da ISKCON, temos sido observados sob o ponto de vista
científico.
O
Colóquio atraiu onze pesquisadores de universidades brasileiras e um da
Espanha que não são membros da ISKCON. Atraiu também vinte
pesquisadores membros da ISKCON, sendo dezesseis inseridos no contexto
da academia em diferentes países como Brasil, Inglaterra, Bélgica e
Argentina, e quatro que são pesquisadores independentes no Brasil. Além
dos palestrantes, o Colóquio também atraiu participantes inscritos como
ouvintes, em sua grande maioria alunos e professores da UFCG e membros
das ISKCONs local e regional. (vejam foto em anexo)
Por
favor, vejam nas três listas abaixo os palestrantes não-membros e
membros da ISKCON em suas duas categorias. Observem seus nomes,
currículos resumidos, as instituições de pesquisa com as quais estão
comprometidos e os temas por eles abordados. Vejam como o panorama da
congregação ISKCON no Brasil Yatra está se modificando, e considerem
esta nova vertente de interesse e vocação que desponta entre os devotos.
Não membros da ISKCON:
1. Dilip Loundo. Doutor em Filosofia. Professor da UFJF. Falou sobre “BG 7.17-19. Os 4 tipos de bhaktas”.2. Marcos da Silveira. Doutor em Antropologia. Professor da UFPR. Dissertação e Tese publicados sobre Centenário de Prabhupada e devotos da ISKCON. Falou sobre “Victor Turner e Bhakti-Yoga.”
3. Vitor Adami. Doutor em Antropologia. Pesquisador na Universidade Pública de Tarragona, Espanha. Falou sobre “O Vaishnavismo Gaudiya e suas Experiências de Bhakti-yoga”.
4. Fabrício Possebon. Doutor em Letras. Professor da UFPB. Tema: “Interpretação Concretista do Rig-Veda X- 136.”
5. Sandra Erickson. Doutora em Literatura. Professora da UFRN. Tema: “Dreadlocks: Tranças em trânsito. Traçados Hinduístas na poesia de Augusto dos Anjos”.
6. Gracilene Medeiros. Doutoranda em Letras na UFPB. Tema: “O Saber Presente no Ser: Uma Manifestação da Sabedoria do Todo Refletida no Eu.”
7. Lúcia Gnerre. Doutora em História. Professora da UFPB. Tema: “Hatha-yoga no Gheranda Samhita e suas Conexões com o Vaishnavismo.”
8. Maylle Benício. Doutoranda em Sociologia na UFPB. Tema: ”Perspectivas Crítico-Acadêmicas sobre o Movimento Hare Krishna no Brasil”.
9. Bruno L Souza. Bacharel em Filosofia pela UFAM. Tema: “A teoria do Carma enquanto Solução para o Problema do Mal”.
10. Eanes Pereira. Doutor em Computação. Professor da UFCG. Tema: “O Raja Yoga de Patanjali como Método para Alcançar o Estado de Autorrealização descrito por Dattatreya no Tripura Rahasya.”
11. Jozelma Pereira. Graduanda em Filosofia na UEPB. Tema: “A Arte e a Religião na Filosofia Schopenhaueriana”
12. Valkiria Melo. Graduanda em Filosofia na UEPB. Tema compartilhado: “A Arte e a Religião na Filosofia Schopenhaueriana”.
Membros da ISKCON
1- Categoria de Pesquisadores Independentes:
1- Purushatraya Swami.
Bacharel em Ciências Militares e Administração. Escritor. Tema:
“Introdução ao Vedanta Vaishnava” e “Uma breve Análise das Linhas
Monista e Teísta do Sistema Vedanta”.
2- Sri Damodara DD.
Bacharel em Letras. Escritora. “Aspectos-Lítero-Linguísticos em Foco”:
Sociologia, Dialogismo e Autoridade no Bhagavata Purana de Vyasadeva.”
3- Haribhakta Dasa.
(Instituto Jaladuta) Psicólogo. Escritor. Tema: “O Sofrimento no mundo
e sua função no Plano Divino: Uma interface entre a visão Hindu e a
Psicologia Junguiana.”
4- Fernando Dias.
Arquiteto. Tema: “Contribuições do Vastu Sastra, sistema de construção
tradicional védico, para a melhoria da qualidade de vida urbana
moderna.”
Membros da ISKCON
2- Categoria de vinculados a universidades:1. Krishna Ksetra Swami. Doutor em Estudos Religiosos pela Universidade de Oxford / Inglaterra. Professor no Oxford Centre for Hindu Studies. Temas: “Textos e Contextos no Estudo sobre Hinduísmo e Vaishnavismo” e “Tecnologias Indianas de Autodescoberta”.
2. Ramacarita Dasa. Doutor em Filosofia. Escritor. Professor da UFCG e UFPB. Tema: “Fé e Razão na Tradição Vedanta Vaishnava.”
3. Kamalaksi Rupini dd. Mestranda em Artes pela UFMG. Tema: “O corpo sagrado como meio de perfeição espiritual.”
4. Padmavati dd. Mestre em Filosofia. Tema: “Discussões acerca do conhecimento: Reinventando a Roda”
5. Nityananda Prana Dasa. Mestrando em Engenharia pela UFPB. Tema compartilhado: “Discussões acerca do conhecimento: Reinventando a Roda”
6. Mahakrsna Nama Dasa. Mestrando em Filosofia pela PUC-MG. Tema: “A perspectiva do Amor na Narrativa do Bhagavata Purana.”
7. Vira Nitai Dasa. Mestrando em Ciências Sociais pela UFPR. Tema: “O Fio da Meada: O estudo de trajetória como possibilidade de se pensar a relação entre vaishnavismo e contracultura.”
8. Sastra Dasa. Bacharel em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru. Tema: “O Dialogismo e a Alteridade dentro do Bhagavad-Gita: Um diálogo entre interlocutores.”
9. Krishna Parayana Dasa. Mestrando em História pela UFRPE. Tema: “Movimentações, Estranhamentos e Encantos: Olhares sobre o Movimento Hare Krishna em Caruaru (1986-2013)”.
10. Sri Madhava Dasa. Mestre em Enfermagem pela Universidad Nacional de Córdoba/Argentina. Tema: “El punto Ciego. Un Punto de Encuentro con los Vedas, desde una Perspectiva Junguiana”.
11. Mitravida DD. Graduanda em Ciência da Religião no Bhaktivedanta College, Belgica. Tema: “Quão Importantes são a renúncia e o desapego na tradição Hindu?”
12. Vasudeva Parayana Dasa. Mestre em Filosofia. Professor da UNISUL/ SC. Tema: “Três abordagens ao conhecimento Védico: Uma Reflexão Hermenêutica.”
13. Lokasaksi Dasa. Doutorando em Ciência da Religião pela UFJF. Temas: “Bhakti-Rasa: A Teologia Estética do Vaishnavismo Gaudyia” e “Introdução ao Hinduísmo”.
14. Kanan Dasa. Doutor em Agroecologia. Professor da UEPB. Tema: “O Movimento Hare Krishna e o Paradigma Agroecológico.”
15. Tayama Uchoa. Mestranda em Agroecologia. Tema Compartilhado: “O Movimento Hare Krishna e o Paradigma Agroecológico.”
16. Gurusevananda Dasa. Bacharel em Ciências Militares. Graduando em Ciência da Religião pelo Bhaktivedanta College, Belgica. Tema: “Gitopanishad – Semelhanças entre a Bhagavad-Gita e as Upanishads.”
Mais algumas palavras antes de concluir este ponto:
Eu
gostaria de apontar a excelente qualidade dos trabalhos de todos os
devotos pesquisadores que participaram do Colóquio. Um deles, Krishna Ksetra Swami,
com vasta experiência no campo da Academia, tem interagido com
universidades seculares e exigentes como Oxford e outras. Ele foi o
acadêmico internacional convidado como o mais importante do Colóquio.
Alguns devotos, já muito conhecidos entre nós, como Purushatraya Swami, Lokasaksi e Gurusevananda
brilharam de maneira especial demonstrando responsabilidade em
transmitir o conhecimento fruto de suas pesquisas teóricas e vivência
confessional.
Gurusevananda
foi tão brilhante que uma professora da UFPB, doutora em História, após
ouvir sua palestra, o convidou para orientá-lo em nível de Mestrado,
recomendando que o tema de sua pesquisa seja desenvolvido em cima do
tema da palestra então proferida. Temas abordados por ele em sua
palestra foram citados várias vezes por Prof. Dilip Loundo da UFJF enquanto proferia a palestra escolhida para o horário nobre de encerramento do Colóquio.
Outros
devotos acadêmicos que tiveram seus trabalhos comentados positivamente
por acedêmicos palestrantes não devotos foram Vasudeva Parayana e
Mitravinda.
Posso
dizer a vocês que eu assisti 100% das palestras dadas e mais dois
mini-cursos. Estava “possuído” por visão crítica e atento a todas as
falhas técnicas e comportamentais que os devotos pudessem cometer. Meu
interesse era proteger a imagem do Instituto Jaladuta como parceiro na
realização do Colóquio e evitar que membros da ISKCON, inexperientes no
meio acadêmico, cometessem erros que desmerecessem o prestígio de Srila
Prabhupada.
Minha
impressão final foi a melhor possível. Os palestrantes devotos, bem
como os devotos participantes do Colóquio, foram representantes genuínos
da ISKCON naquele ambiente laico e acadêmico. Tiveram conduta
irrepreensível demonstrando a devida postura ética como participantes do
primeiro evento científico onde a tradição de Caitanya foi apresentada a um público acadêmico padrão.
2- Importância da representatividade da ISKCON na Academia.
A ISKCON é a mais antiga instituição confessional do Vaishnavismo-Gaudiya
neste país. Ela encontra-se bem amadurecida em vários aspectos de sua
práxis. Possui e mantem templos e comunidades rurais onde se pratica o
conhecimento professado e interage com interessados e curiosos que
visitam seus centros. Sua editora, a BBT (Bhaktivedanta Book Trust),
tem, em língua portuguesa, a totalidade dos livros produzidos por seu
Acarya Fundador, A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada. No que se refere à
pesquisa científica e ao ensino de suas filosofia e teologia, no
entanto, a ISKCON simplesmente ensaia seus primeiros passos.
Membros
da ISKCON começam a se capacitar e a conquistar espaços privilegiados
no mundo acadêmico. E, porque são conscientes do conhecimento teórico da
tradição da instituição da qual fazem parte, aproveitam as estruturas
seculares disponíveis no meio acadêmico para estimular na ISKCON a
iniciativa de estudo, pesquisa e ensino de acordo com o método
científico.
Foi
mais ou menos isso que aconteceu no Colóquio. O Instituto Jaladuta se
organizou como departamento de educação da ISKCON. Ramacarita se
capacitou como pesquisador e professor da UFCG. Ao pensar em oferecer ao
público um pouco do conhecimento a respeito da área que ele e outros
eruditos pesquisam, solicitou parceria com o Instituto Jaladuta,
portanto, indiretamente com a ISKCON, que, por sua vez, participou nessa
experiência vivenciando uma nova postura ética, na qual o proselitismo e
espírito missionário deram lugar ao conhecimento científico.
Até
o momento, há relativamente poucos trabalhos científicos publicados na
forma de monografias, dissertações e teses pelas universidades
brasileiras sobre Hinduísmo e Vaishnavismo. Por outro lado, encontram-se
muitos trabalhos que estudam outras tradições que, como nós,
tornaram-se populares na década de setenta. Acredito que isto ocorra por
três influências principais:
-
A primeira, de natureza mais ampla, seria a falta de interesse
científico pela contribuição da cultura indiana no mundo em geral.
-
A segunda, que deriva da primeira, seria a falta de pesquisadores
experientes no tema, para servirem como orientadores para novos
trabalhos.
-
A terceira, por intuição e observação empírica de minha parte, eu diria
que nós, devotos da ISKCON, demoramos mais que outras tradições para
adentrar o mundo acadêmico e estimular a pesquisa científica sobre os
saberes que detemos. Diferente disso, muitas tradições que como nós,
abordavam o público alvo nas ruas das cidades, rapidamente aproveitaram a
abertura democrática das universidades após a queda da ditadura militar
e passaram a interagir com o meio universitário como substituto ideal
da rua.
Todos
nós, membros da ISKCON no Brasil, devemos estar atentos para as novas
possibilidades de interação com a socieade laica. Considerando a
importância do conhecimento que traz para a sociedade humana, a ISKCON
pode promover mútuo entusiasmo entre seus membros dotados de vocação
intelectual para o estudo e a pesquisa, de forma que possam contribuir
com trabalhos científicos acerca do Vaishnavismo Gaudiya em toda a
sociedade. Claro que nesse sentido, o papel da liderança da ISKCON é
fundamental. Eu já abordei especificamente a liderança sobre isso. Pelo
menos, o assunto já está rolando...
3 - Nova geração de devotos: sóbrios, responsáveis e cultos.
A
sucessão da liderança da ISKCON é uma marcante preocupação atual do GBC
e, consequentemente, de todos os devotos que já despertaram para a
importância fundamental de seu compromisso pessoal com a herança que
receberam do parampara.
Uma
parte triste da realidade que enfrentamos hoje em dia é que temos
amargurado o insucesso de não ver um número expressivo de membros da
segunda e terceira gerações ocupados na prática de bhakti-yoga.
Neste Colóquio, contudo, pudemos ver vários homens e mulheres
jovens-adultos ocupados em estudar seriamente a tradição Vaishnava
Gaudiya e esforçando-se para explicar seu fenômeno religioso sob a luz
de teóricos da Sociologia, Antropologia, Filosofia, Psicologia, etc. Sem
dúvida, isso é muito animador.
Tomando
como exemplo o idealizador do Colóquio, Ramacarita Prabhu, vemos um
homem de quarenta anos com currículo exemplar, pai de três filhas muito
inteligentes e educadas. Ele “abriu a caixinha” de sua visão espiritual
e, movido por sua natureza intelectual, buscou contatos internacionais
com pessoas ocupadas em pesquisas sobre o vaishnavismo gaudiya.
Isso evoluiu para a interação e intercâmbio de oportunidades, tanto que
pôde apresentar trabalhos científicos em um congresso de Estudos
Indianos da Universidade de Oxford e também num encontro acadêmico no
Bhaktivedanta College da Bélgica. Fez tudo isso de maneira formal
através do interesse da universidade na qual pesquisa e ensina. Seu
nome, rapidamente está se espalhando entre os pesquisadores
internacionais desse tema. Da mesma forma, através dos recursos padrão
da universidade, ele idealizou e organizou o Colóquio no Brasil,
trazendo renomados pesquisadores internacionais e também deste país.
Os
tempos pioneiros tendem a passar, então, nossos filhos e netos
sentir-se-ão muito mais amparados por verem sua tradição sendo conhecida
e estudada por sérios formadores de opinião inseridos em posições de
destaque no mundo secular. Para as próximas gerações a prática do
vaishnavismo poderá ser percebida como muito menos “alienígena” do que
tem sido para a nossa.
Qual a importância disso? Posso arriscar duas sugestões de respostas:
1- Fundamentação científica e reconhecimento social para a prática vaishnava gaudiya; e
2- Estímulo ao desenvolvimento do projeto de organização social varnashrama-dharma,
que é base para a interação harmoniosa entre as pessoas e esperança de
oportunidades sociais igualitárias para pessoas com naturezas
diferentes.
Na
tentativa de explicar minhas sugestões de respostas dadas acima, eu
poderia destrinchar muito mais este texto, mas, acho que ele já está de
bom tamanho. Além disso, o tema pode se tornar motivo de istagosthis filosóficos
e evoluir para discussão em diferentes grupos de devotos interessados.
Vamos deixar como está para ver como é que fica...
4- Lançamento de Livros.
Prabhupada queria que a ISKCON se desenvolvesse através da divulgação da proposta filosófica e pragmática de Caitanya
para a sociedade humana da atualidade. Ele escreveu e publicou muitos
livros e também estimulou seus seguidores a fazerem o mesmo.
O Colóquio foi o momento escolhido para o lançamento de duas importantes obras literárias sobre Hinduísmo e Vaishnavismo.
A JURUÁ EDITORA publicou o “FILOSOFIA E TEOLOGIA DA BHAGAVAD-GITA” que tem dois subtítulos explicativos: “Hinduísmo e Vaishnavismo de Caitanya” e “Homenagem a Howard Resnick”.
Este
livro foi organizado por Ramacarita Dasa e Isvara Krishna Dasa, ambos
doutores em Filosofia e professores de importantes universidades. É uma
antologia de dez artigos escritos por pesquisadores de temas como:
1- “Contexto e Estrutura da Bhagavad-gita” de Isvara Krsna Dasa.
2- “A Hermenêutica Transformativa da Bhagavad-gita” de Dilip Loundo.
3- “Krishna na Bhagavad-gita”de Hridayananda Dasa Goswami.
4- “Autoridade e Experiência Religiosa na Bhagavad-gita” de Krishna Kshetra Swami.
5- “A Noção de Conhecimento Na Bhagavad-gita” de Ramacarita Dasa.
6- “O Yoga da Bhagavad-gita” de Graham M Schweig
7- “Quatro Versos Especiais Na Bhagavad-Gita e No Bhagavata Purana”, Satyaraj Dasa.
8- “O Renascimento da Ortodoxia Vaishnava” de Adikaruna Dasa.
9- “Identidade e Legitimidade Na Sampradaya Vaishnava de Caitanya” de Radhika Ramana Dasa.
10- “Hinduísmo e Vaishnavismo” de Hridayananda Dasa Goswami.
O
livro, acessível a todos os públicos do Brasil, constitui uma homenagem
em estilo acadêmico aos 40 anos de Sannyasa de Hridayananda Das
Goswami, comemorado em 2012.
A Editora da Universidade Federal de Juiz de Fora publicou a tradução em português do livro “UMA INTRODUÇÃO AO HINDUÍSMO”,
de Gavin Flood. Este foi traduzido e prefaciado pelo Prof. Dilip Loundo
da mesma universidade e saiu da gráfica diretamente para o Colóquio.
Um
detalhe interessante neste livro é que, como nos livros da Editora
Bhaktivedanta Book Trust, o clássico Bhagavad-gita é abordado com o
artigo masculino “O” diferente da maioria corrente de outras publicações
que o fazem com o artigo feminino “A”.
5- Festival Hare paralelo.
O Instituto Jaladuta hospedou alguns palestrantes e membros participantes do Colóquio. Isso favoreceu um verdadeiro Festival Caitanyaita
no Templo de Maha-Gaura-Nitai à noite e de madrugada. Todos os dias o
restaurante funcionou com café da manhã, almoço e jantar. Durante a
festa de encerramento do Colóquio foi servido um jantar indiano no
restaurante do Condomínio para todos os participantes do Evento. Todos
tiveram o darshan das Deidades e se deliciaram com Prasada.
Conclusão
Para concluir, eu gostaria de transmitir a impressão que mais profundamente marcou minha compreensão acerca da importância do I Colóquio de Estudos Sobre Hinduísmo e Vaishnavismo no Brasil.
Considerando
a participação de alguns acadêmicos membros da ISKCON nesse Evento,
tudo indica que um bom nível de amadurecimento intelectual vem ocorrendo
em nossa Sociedade. Se isso realmente é assim, então estamos no caminho
certo para a construção de um esteio importante na continuidade dos
trabalhos confessionais iniciados por Prabhupada.
A esperança de construirmos na ISKCON um sistema social abrangente e “cosmopolita” tal como o varnashrama-dharma,
torna-se mais viável quando os saberes brahmânicos são devidamente
apropriados por membros vocacionais da instituição e tornam-se
acessíveis aos membros em geral através de iniciativas educacionais e
organizacionais.
Quanto
desenvolvimento humano, e quanto bem social e institucional podem advir
do trabalho cooperativo entre nós, líderes do Yatra e membros em geral,
se considerarmos a relevância de adquirir e distribuir o conhecimento
espiritual informativo e transformador!
O M T A T S A T !
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