Economia brasileira cresce 0,3% no quarto trimestre e 0,1% em 2014: De
acordo com dados divulgados esta manhã pelo IBGE, a economia brasileira
apresentou expansão de 0,3% no último trimestre de 2014, totalizando um
crescimento de 0,1% ao longo do ano. Este resultado é superior ao
esperado pelos analistas de mercado, que previam crescimento zero no ano
e também superior às previsões do Banco Central, que projetava um
crescimento negativo de 0,1%. O crescimento da economia brasileira foi
puxado pelo setor de serviços, que apresentou expansão de 0,7% no ano,
assim como pelo setor agropecuário (0,4%). O setor industrial, no
entanto, segue seu processo de deterioração e apresentou retração de
1,2% no ano, puxando para baixo o resultado final. Sob a ótica da
demanda, o crescimento do PIB pode ser explicado pelo crescimento do
consumo das famílias (0,9%) e do governo (1,3%), enquanto os gastos com
investimento apresentaram redução de 4,4%. |
Comentário: Do
ponto de vista do resultado, o PIB em 2014 apresenta um cenário de
estagnação econômica, apesar de não indicar um cenário de deterioração e
recessão no último semestre do ano, tendo os dois últimos trimestres
apresentado resultados positivos (0,2% e 0,3%) após uma grande queda no
segundo trimestre (-1,4%). Apesar de baixo, o crescimento positivo
alivia as pressões sobre o governo, já que certamente o ano de 2015
deverá apresentar um quadro recessivo e a hipótese de dois anos seguidos
de recessão (2014 e 2015) já era aventada pelo Banco Central. O
resultado de hoje está sujeito à revisão, portanto não é certo que o
resultado positivo permanecerá, mas o cálculo atual já incorpora a nova
metodologia de cálculo do PIB, que fez aumentar os resultados dos anos
anteriores. Do ponto de vista da composição, fica claro que o gargalo
maior da economia brasileira permanece sendo o setor industrial e a
queda nos investimentos produtivos, cenário que deve permanecer no ano
de 2015. A queda no ritmo do consumo das famílias agrava o quadro, mas
ainda é um fator que contribui positivamente com o crescimento
econômico. A reversão deste quadro depende da retomada da confiança dos
empresários e consumidores, assim como da constituição das condições
mínimas para garantir a competitividade dos produtores nacionais. Para
isso, é necessário conduzir um processo de controle da inflação (que
eleva a confiança dos consumidores), de desvalorização cambial (que
beneficia o produtor nacional no longo prazo), de aumento da renda e
consumo da população (que eleva a demanda) e a eventual retomada de um
projeto de investimentos e desenvolvimento que reduza gargalos
estruturais do país. A dificuldade é que, no curto prazo, alguns desses
objetivos são contraditórios, exigindo do governo o estabelecimento de
uma hierarquia de importância e de planejamento de etapas para
conquistar esse conjunto.
As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade do seu autor, não representando a visão da FPA ou de seus dirigentes. |
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