sábado, 14 de fevereiro de 2015

IBC-Br aponta estagnação da economia brasileira em 2014




ECONOMIA NACIONAL
IBC-Br aponta estagnação da economia brasileira em 2014: O IBC-Br, índice de atividade do Banco Central que busca estimar o crescimento da economia brasileira, indica que o ano de 2014 foi de estagnação, com crescimento negativo de 0,15%. Este resultado final foi aferido após uma desaceleração economica no mês de dezembro, que registrou queda na atividade de 0,55% na comparação com o mês de novembro. Apesar de negativo, o resultado para o ano de 2014 veio ligeiramente melhor do que a média das estimativas dos analistas de mercado, que previam uma desaceleração ainda maior com o indicador registrando queda de 0,2%.
Comentário: A queda no IBC-Br aumenta a chance de que o Produto InternoBruto (PIB) oficial registre também leve desaceleração em 2014, consolidando o quadro de estagnação econômica no ano. Na realidade, o fato preocupante é que a desaceleração do ritmo de crescimento se acentuou no último trimestre, particularmente em dezembro de 2014, o que traz a convicção de que 2015 deve iniciar com uma leve recessão, também por conta das medidas fiscais anunciadas pelo governo. A revisão da metodologia de cálculo do PIB que está sendo desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem potencial para alterar estes resultados e mostrar que, na realidade, a economia brasileira apresentou um crescimento maior do que o registrado pela atual metodologia, já defasada em relação à estrutura produtiva do país. Apesar desse alento, é de se esperar que o primeiro trimestre de 2015 registre queda no PIB, e que este processo ainda se estenda para o segundo trimestre, com recuperação efetiva da economia apenas no segundo semestre do ano. Diversos fatores podem influenciar a velocidade da recuperação da atividade econômica nacional: desde fatores internos, como o regime de chuvas (que implica riscos de racionamento hídrico e elétrico), a resolução dos dilemas enfrentados pela Petrobras e o setor de petróleo, gás e engenharia, assim como os efeitos reais do pacote fiscal sobre a confiança do empresariado; além dos fatores externos, como o destino da Europa e da União Européia (em cheque após a vitória do Syrisa na Grécia), o ritmo de recuperação da economia dos EUA e China, assim como os destinos de nossos parceiros comerciais, como, por exemplo, a Argentina. 

Análise: Guilherme Mello, economista

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