quarta-feira, 30 de outubro de 2013

22/11 ESTREIA TAPA - ANTI-NELSON RODRIGUES

O Grupo TAPA finaliza a ocupação do Teatro de Arena,
com a estréia nacional de

ANTI- NELSON RODRIGUES

“O dinheiro compra tudo, até o amor verdadeiro.”
“O sexo é uma selva de epiléticos.”



O Grupo TAPA finaliza a ocupação do Teatro de Arena,
com a estréia nacional de “Anti-Nelson Rodrigues”,
prevista para o dia 20 de novembro, às 21h,
no Teatro de Arena Eugênio Kusnet.

Autor freqüente no repertório do TAPA,
Nelson recebeu a cada década montagens de grande repercussão:
“Viúva , porém honesta”  na década de 80,
“Vestido de Noiva”  em 90 e “A Serpente” em 2000.

Escrita em 1973, essa penúltima peça do maior
dramaturgo brasileiro é um sumário das melhores
e mais saborosas situações rodrigueanas.
Entre humor e o drama, as personagens transitam
à deriva em busca de amor e redenção.

Texto repleto de frases antológicas, tão marcantes no universo do autor,
desde a sua primeira montagem há quarenta anos
“Anti-Nelson Rodrigues” não foi mais encenada profissionalmente,
o que lhe dá um tom de quase ineditismo.

“Anti-Nelson Rodrigues” é um texto surpreendente
à espera de ser redescoberto por várias gerações que
conhecem sobretudo as obras canônicas do autor.


ANTI-NELSON RODRIGUES
Direção: Eduardo Tolentino de Araújo
Elenco:
Augusto Zacchi,
Carol Cashie,
Clara Carvalho,
Conrado Sardinha / Cesar Baccan
Oswaldo Mendes
Riba Carlovich
Estreia prevista: 20 de novembro
Temporada: em novembro, de quarta a sábado, às 21h.
Em dezembro, quartas e quintas-feiras, às 21h.
Duração: 90 minutos
Capacidade: 98 lugares
Ingressos: R$ 20,00 / R$ 10,00 meia
Bilheteria abre uma hora antes do espetáculo
Vendas só em dinheiro
Teatro de Arena Eugênio Kusnet
Rua Dr. Teodoro Baima, 94 – República
Tel: 11. 3256.9463





A ponte que liga o TAPA ao Arena tem um eixo central em comum: o foco sobre o trabalho do ator e o repertório dedicado à dramaturgia. O Teatro de Arena, fundado por José Renato em 1953, implantou pioneiramente no Brasil a estrutura cênica que lhe deu o nome, e teve de enfrentar o desafio de desenvolver padrões de interpretação compatíveis com a natureza camerística desse espaço.
A esse desafio somou-se outro alguns anos depois: o de desenvolver uma dramaturgia que figurasse as condições reais do país, e que o fizesse a partir de uma perspectiva crítica e não meramente cronística. Estava-se então em 1958, e desse momento em diante as etapas que se seguiram configuraram transformações fundamentais para a dramaturgia tanto sob o ponto de vista da matéria representada como de seus parâmetros formais e estilísticos.
O projeto do TAPA na ocupação do Teatro de Arena propõe-se a dialogar de três maneiras com essas etapas e com seu significado histórico: revisitando peças que integraram tanto o repertório do Arena como o seu próprio em algum momento; introduzindo peças contemporâneas condizentes com o espaço cênico; e incorporando montagens voltadas também ao público escolar e infantil. Neste último aspecto em particular o grupo ao mesmo tempo repassa a experiência do Arena em montagens de sua primeira fase, retoma o ponto de partida de seu próprio percurso profissional, em 1979, e remete ao Panorama do Teatro Brasileiro, que desenvolveu durante os anos 90.

A confluência entre o projeto ora apresentado e a história do Arena não resulta só da programação de títulos em comum: o processo de estudo interno que caracteriza o TAPA, e que tem mantido em foco peças de Machiavelli, Martins Pena, Tennessee Williams e Pirandello, representa em si uma forma importante de trabalho que evoca, em muitos pontos, o processo formativo do Arena ao longo de seu trabalho. A montagem de “O longo adeus”, de Tennessee Williams, reporta-se à peça de estréia do Arena, traduzida por Esther Mequita como “O demorado adeus” e dirigida por José Renato em 1953. A comédia social de Martins Pena, mais uma vez pautada pelo TAPA, teve papel importantetambém no Arena em seus anos iniciais. “A Mandrágora”, de Machiavelli, que integra o repertório do TAPA, traz à pauta a fase de nacionalização dos clássicos do Arena, na primeira metade dos anos 60.
Algumas outras peças dos autores desses títulos comuns aos dois grupos foram programadas agora pelo TAPA em sua ocupação do Teatro de Arena: é o caso de “Alguns Blues do Tennessee”, coletânea de três peças em um ato de Tennessee Williams (“O quarto escuro”, “Verão no lado” e “A dama da loção antipiolho”) já anteriormente encenada em traduções dos próprios atores, e de “Out Cry”, inédita e que estreará em tradução também feita pelo TAPA. De Pirandello, outro dramaturgo cujo trabalho tem sido objeto de estudo interno continuado, as duas peças programadas, “Amargo Siciliano” e “De um ou de nenhum”, foram igualmente traduzidas pelo grupo e exaustivamente revisadas durante os ensaios.
A caracterização de uma confluência com o trabalho do Arena se dá, em todos esses casos, não só pela importância histórica desses textos ou por suas possibilidades interpretativas específicas, mas também - e principalmente - pelo papel que o próprio projeto de encená-los desempenha para os atores e público do TAPA, na correlação histórica entre seu trabalho e o do Teatro de Arena.

Maria Sílvia Betti
 

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