terça-feira, 16 de julho de 2013

FPA Informa 14


 
Comissão da Câmara deve discutir minirreforma política: Uma comissão de 14 deputados federais de diversos partidos deve discutir, nos próximos 90 dias, um projeto de reforma política e do sistema eleitoral. O PT será o único partido que contará com dois representantes na comissão, os deputados Candido Vacarezza e Henrique Fontana, relator do último projeto de reforma política elaborado na casa. Temas como o financiamento de campanha, o fim das coligações proporcionais, os sistemas eleitorais para eleição de deputados/as e vereadores/as, dentre outros, devem ser debatidos pela comissão, que irá elaborar um projeto para ser votado no plenário da casa.
Comentário: Em pesquisa realizada pelo jornal O Globo, os integrantes da comissão revelaram posicionamento majoritariamente contrário ao financiamento público das campanhas eleitorais, se dividiram sobre a continuidade da reeleição e o voto distrital, além de apoiarem a mudança na regra de suplência do Senado, o fim do voto secreto no Congresso e o fim das coligações partidárias. A estratégia de convocar uma comissão parlamentar para elaborar um projeto de reforma política se coaduna mais, em princípio, com a proposta de submissão de uma proposta congressual ao referendo popular, que também recebeu apoio majoritário dos integrantes da comissão. Enquanto isso, o PT, PDT e PCdoB mantém a busca pelas 170 assinaturas (partindo de 138, soma do número de deputados/as dos três partidos) para levar à votação um decreto legislativo capaz de convocar um plebiscito nacional sobre a questão.
Inflação desacelera em julho e deve fechar mês próxima da estabilidade: Na esteira da queda dos índices inflacionários verificada desde maio, o IPC-S e o IGP-10 divulgados ontem e hoje indicam uma redução da inflação no mês de julho. O IPC-S, que mede a inflação semanal, registrou elevação de 0,07%, na segunda semana do mês, contra alta de 0,23%, na semana anterior. Esse índice vem desacelerando a cinco semanas consecutivas, puxada pela queda de preço no grupo alimentação (que na última semana registrou queda de 0,23%). O IGP-10, indicador mensal de inflação que se inicia e finaliza no dia 10 de cada mês, registrou alta de 0,43% em julho, contra elevação de 0,63% em junho. A queda foi puxada pelos preços no varejo e ligados à construção civil.
Comentário: A queda mais acentuada nos índices de inflação em julho e agosto deve trazer o acumulado de 12 meses do IPCA para um patamar mais próximo à meta de inflação para o ano. Há a possibilidade de queda ainda mais acentuada do índice acumulado no último trimestre de 2013, dado que o mesmo trimestre em 2012 apresentou elevação mais acentuada dos índices inflacionários. A redução no ímpeto de crescimento do emprego, da renda e do crédito, deve contribuir para manter a inflação baixa no resto do ano. Por outro lado, a desvalorização cambial ainda pode ter algum impacto nos preços dos produtos importados (no atacado, este efeito já pode ser notado, com uma pequena aceleração do IPA), mas terá sua intensidade atenuada pela redução no preço das commodities nos mercados internacionais.
Inflação se eleva nos EUA e Europa, mas juros não devem subir: Apesar da elevação nas taxas de inflação no mês de junho, a política monetária praticada pelo FED e pelo BCE não deve se alterar no curto prazo. No caso americano, a inflação registrou elevação de 0,5% em junho, puxada principalmente pelo aumento do preço da gasolina. Na Europa a elevação foi menor, somando apenas 0,1%, devido principalmente ao aumento de preço nos vegetais, frutas e eletricidade. Alguns países, no entanto, ainda apresentam taxas de inflação consideradas elevadas para a média histórica da região, como Romênia (4,5%), Estônia (4,1%), Holanda (3,2%) e Reino Unido (2,9%).
Comentário: : Os Bancos Centrais das economias centrais identificam de maneira clara que o principal problema a ser enfrentado no momento não é a inflação, mas sim a baixa taxa de crescimento do PIB. No caso Europeu, o cenário toma contornos dramáticos, dado os recentes anos consecutivos de baixo crescimento (ou mesmo crescimento negativo) conjugado a elevadas taxas de desemprego. Enquanto o crescimento e o emprego não reagirem nos países centrais, a perspectiva é de manutenção na condução da política monetária, marcada pelos juros baixos.

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