quarta-feira, 10 de julho de 2013

FPA Informa 10











 
Câmara rejeita plebiscito para 2014 e Senado mantém suplência: Após deliberação no colégio de líderes, a Câmara dos Deputados rejeitou levar à votação em plenário um decreto parlamentar que possibilitaria a convocação de um plebiscito sobre reforma política que valesse ainda para a eleição de 2014. Apenas os líderes do PT, PDT e PCdoB apoiaram a proposta apresentada pela presidenta Dilma de convocação imediata de um plebiscito, onde as alterações aprovadas pela população passassem a valer para a próxima eleição. Dos outros partidos, alguns (como PP e boa parte da oposição) rejeitam inclusive a ideia de plebiscito, defendendo que a reforma política deveria ser aprovada pelo Congresso Nacional e depois submetida a um referendo. Enquanto isso, o Senado rejeitou o projeto que acabava com a segunda suplência para senador e que impedia que parentes fossem indicados como suplente. Este tema fazia parte da “agenda positiva” anunciada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, e indica as dificuldades de aprovação de qualquer proposta de reforma política no Congresso Nacional.
Comentário: Com o arrefecimento das manifestações de rua, a boa vontade dos congressistas para com a aprovação de mudanças efetivas no sistema político recuou. O PT e as lideranças do PDT e PCdoB prometem buscar as 170 assinaturas necessárias para colocar em votação no plenário o decreto legislativo que possibilitaria a convocação imediata do plebiscito. Caso sejam bem sucedidos nesta empreitada, o tema deve voltar à pauta do parlamento em breve.

Governo lança programa “Mais médicos” e entidades médicas reagem:O ministro Alexandre Padilha lançou oficialmente ontem o programa “Mais médicos” do governo federal, que contempla a aceleração dos investimentos em Saúde, a contratação de novos médicos para as regiões mais carentes de atendimento e alterações nos currículos das faculdades de medicina, que agora contarão com um estágio de dois anos a mais na formação, onde os estudantes trabalharão no SUS recebendo bolsas de até R$8 mil reais e deixando de pagar as mensalidades (caso estudem em universidades privadas). A resposta das entidades representativas dos médicos tem sido crítica, sob a alegação principal de que o problema na saúde não seria a falta de médicos, mas sim a falta de estrutura para sua atuação.
Comentário: O programa lançado pelo governo federal contempla a maior parte das questões centrais que fragilizam o atendimento da saúde pública no Brasil: ao mesmo tempo em que cria um programa emergencial de contratação de novos médicos (com pagamento de R$10 mil centralizado no Ministério da Saúde), acelera os investimentos em novas instalações e equipamentos (que totalizam quase R$ 14 bilhões nos próximos dois anos) e altera a formação do médico brasileiro no longo prazo, priorizando o atendimento geral e emergencial, aproximando o profissional médico da população. Além disso, espera-se abrir novas vagas de graduação e residência médica, priorizando regiões com poucos médicos. As resistências das entidades médicas já eram esperadas, mas podem ser revertidas ou atenuadas caso o governo consiga demonstrar para a sociedade, ao longo do debate, a enorme amplitude social de suas propostas.
Em dia de COPOM, emprego industrial de maio recua: Os dados divulgados hoje sobre o desempenho do emprego industrial em maio corroboram um cenário de crescimento instável no segundo trimestre, já vislumbrado através de outros dados divulgados anteriormente (como o de produção industrial, que teve redução de 2% no período). O recuo de 0,5% em relação a abril foi o mais intenso desde dezembro de 2009, totalizando um recuo de 0,8% no emprego industrial nos 5 primeiros meses de 2013. Estes dados fizeram a CNI reduzir a previsão de crescimento industrial para 2013, passando de um crescimento esperado de 2,6% para apenas 1%.
Comentário: Os dados do emprego industrial, conjugados à redução no crescimento do comércio varejista, ao IPCA desacelerando e a provável estagnação da produção industrial em junho, corroboram um cenário de elevação de 0,5% nos juros hoje na reunião do COPOM. A depender dos dados dos próximos meses, é possível que o tamanho do ajuste monetário seja menor do que aquele esperado pelo mercado, desde que a inflação não seja muito afetada pela desvalorização cambial.

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