Quando brinco com a minha gata, como sei que ela não está brincando comigo?
de Saul Frampton
Título Original: When I am playing with my cat, how do I know she is not playing with me?
Tradutor: Marina SladePáginas: 336
Formato: 16 x 23 cm
O livro que aproxima o leitor dos textos clássicos de um dos maiores filósofos de todos os tempos
Quando brinco com a minha gata, como sei que ela não está brincando comigo? – Montaigne e o estar em contato com a vida, de Saul Frampton, celebra, com leveza e bom humor, a vida e a obra de Michel de Montaigne, cujos ensaios tiveram enorme impacto em figuras como Shakespeare e Orson Welles, e cujos pensamentos, ainda hoje, ferecem uma visão sem precedentes sobre a simples questão de estar vivo.
O livro apresenta uma viagem pela evolução dos ensaios de Montaigne e os eventos que o inspiraram ao longo de sua vida. Um dos maiores méritos de Frampton é convidar o leitor a conhecer e a compreender as ideias do filósofo a respeito da morte, do sexo, da amizade, da natureza e, acima de tudo, do poder do comum e do banal, o valor do momento presente.
Por meio dos ensaios do filósofo francês, Frampton argumenta que ele usava, muitas vezes, a escrita como terapia, colocando seus sentimentos no papel.
O estilo do livro é divertido, fácil e pertinente, como quando comparado, de forma memorável, Montaigne com James Stewart, de A felicidade não se compra: “Montaigne começa a rejeitar a desesperança e a sentir a textura do tecido simples da existência.” (p.13)
Michel de Montaigne aposentou-se aos 37 anos e viveu o restante da vida em seu castelo. No entanto, em vez de acalmá-lo, o ócio fez Montaigne procurar algo mais para a vida. Essa foi a origem de seus ensaios.
A CRITICA
“Excelente. Saul Frampton se sobressai em seus insights inteligentes e perspicazes.” (The Washington Post)
“Esta viagem pela renascença é uma joia.” (Publishers Weekly)
Michel Eyquem de Montaigne (Saint-Michel-de-Montaigne, 28 de fevereiro de 1533 — Saint-Michel-de-Montaigne, 13 de setembro de 1592) foi um político, filosofo, escritor e cético francês, considerado como o inventor do ensaio pessoal. Nas suas obras e, mais especificamente nos seus "Ensaios", analisou as instituições, as opiniões e os costumes, debruçando-se sobre os dogmas da sua época e tomando a generalidade da humanidade como objecto de estudo. É considerado um céptico e humanista.
Vida e obra
Montaigne nasceu no Castelo de Montaigne, em Saint-Michel-de-Montaigne, após seu nascimento, o pai entregou-lhe a uma enfermeira de uma aldeia vizinha e veio com três anos de volta para a família.1 Seu pai lhe deu um tutor alemão que lhe falava apenas somente em latim. Assim, o latim era quase a língua materna de Montaigne. Este tinha um espírito por um lado vigilante e metódico e por outro, aberto às novidades. Após estes estudos enveredou pelo direito. Exerceu a função de magistrado primeiro em Périgueux (de 1554 a 1570) depois em Bordéus onde travou profunda amizade com La Boetie.1
Retirou-se para o seu Castelo de Montaigne quando tinha 34 anos para se dedicar ao estudo e à reflexão. Levou nove anos para redigir os dois primeiros livros dos Essais. Depois viajou pela primeira vez por Alemanha, Suiça e Itália durante dois anos (1580-1581). Faz o relato desta viagem no livro Journal de Voyage, que só foi publicado pela primeira vez em 1774.
Foi presidente da Câmara de Bordéus durante quatro anos. Regressou ao seu castelo e continuou a corrigir e a escrever os Essais, tendo em vista o estilo parisiense de exposição doutrinária. Os seus Ensaios compreendem três volumes (três livros) e vieram a público em três versões: Os dois primeiros em 1580 e 1588. Na edição de 1588, aparece o terceiro volume. Em 1595, publica-se uma edição póstuma destes três livros com novos acrescentos.2
Seus Essais são principalmente auto-retratos de um homem, mais do que o auto-retrato do filósofo. Montaigne apresenta-se-nos em toda a sua complexidade e variedade humanas. Procura também encontrar em si o que é singular. Mas ao fazer esse estudo de auto-observação acabou por observar também o Homem no seu todo. Por isso, não nos é de espantar que neles ocorram reflexões tanto sobre os temas mais clássicos e elevados ao lado de pensamentos sobre a flatulência. Montaigne é assim um livre pensador, um pensador sobre o humano, sobre as suas inconsistências, diversidades e características. E é um pensador que se dedica aos temas que mais lhe apetecem, vai pensando ao sabor dos seus interesses e caprichos.3
Se por um lado se interessa sobremaneira pela Antiguidade Clássica, esta não é totalmente passadista ou saudosista. O que lhe interessa nos autores antigos, especialmente os latinos mas também gregos, é encontrar máximas e reflexões, que o ajudem na sua vida diária e na sua auto-descoberta. Montaigne tenta assim compreender-se, através da introspecção, e tenta assim compreender os homens.
Montaigne não tem um sistema. Não é um moralista, nem um doutrinador. Mas não sendo moralista, não tendo um sistema de conduta, uma moral com princípios rígidos, é um pensador ético. Procura indagar o que está certo ou errado na conduta humana. Propõe-se mais estudar pelos seus ensaios certos assuntos do que dar respostas. No fundo, Montaigne está naquele grupo de pensadores que estão a perguntar em vez de responder, e é na sua incerteza em dar respostas, que surge um certo cepticismo em Montaigne. Como não está interessado em dar respostas apriorístico tem uma certa reserva em relação a misticismos e crenças. É de notar um certo alheamento em relação ao Cristianismo e às lutas de religião que se viviam em França na época.1 Embora não deixe de reflectir em assuntos como a destruição das novas índias pelos espanhóis. Ou seja, as suas reflexões visam os clássicos e a sua própria contemporaneidade. Tanto fala de um episódio de Cipião como fala de algum acontecimento do seu século como fala de um qualquer seu episódio doméstico.
O facto de ter introduzido uma outra forma de pensar através de ensaios, fez com que o próprio pensamento humano encontrasse uma forma mais legítima de abordar o real. A verdade absoluta deixa de estar ao alcance do homem, sendo doravante, possível tão-somente uma verdade (?) por aproximações.
Registre-se que Michel de Montaigne foi tio pelo lado materno de Santa Joana de Lestonnac.
um lançamento da
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