segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A OBRA IMPERDÍVEL DE MATEI VISNIEC



O teatro não carece apenas de novos e bons textos, carece sim de ousadia dos existentes serem publicados e divulgados a contento, um exemplo disso é a obra de Matéi Visniec que com ousadia a "É" publicará no Brasil de forma completa.

O dramaturgo Matéi Visniec, hoje com 56 anos, começou a escrever, na Romênia dos anos 1970, sob o regime de Nicolae Ceausescu. O autor, no entanto, sentia-se atraído pelas vanguardas do início do século 20 – sobretudo pelo surrealismo, dadaísmo e expressionismo. A união entre sua postura politizada e o aprofundamento subjetivo em seus textos agora pode ser conferida nas 13 peças publicadas até agora pela Editora É Realizações no Brasil.

A obra teatral de Visniec se resume a mais de 30 textos, que estão sendo lançandos gradualmente no Brasil pela editora. Sua dramaturgia se distingue por não focar presa ao teatro político convencional, nem a completa estilização. O autor mesmo caracteriza seu teatro  como “frequentemente político, mas não realista”.

Mais de 20 países já receberam montagens de textos de Matéi Visniec. Pelo menos dois deles foram encenados em palcos brasileiros: Um Trabalhinho para Velhos Palhaços, que teve uma montagem dirigida há 12 anos por André Paes Leme, e Teatro Decomposto ou O Homem-Lixo, realizado seis anos atrás pelo diretor Luiz Furlaneto.

Já em Portugal coube ao Teatro Extremo a honra de levar à cena pela primeira vez no país uma das obras de Matéi Visniec, numa parceria artística com Joseph Collard, encenador e clown belga fundador do grupo “les founambules”. Uma peça que aborda o tema da competição feroz entre as pessoas e também as condições em que vivem os idosos na nossa sociedade. Uma proposta de reflexão às gerações futuras.

Na peça, respondendo a um anúncio, três velhos palhaços reencontram-se numa sala para serem recebidos em audição. Esperam conseguir uma oportunidade de emprego. Enquanto aguardam, relembram o seu velho passado, recheado de momentos de humor e sarcasmo.(de Matéi Visniec;com versão Portuguesa de José Henrique Neto e Encenação de  Joseph Collard e Fernando Jorge Lopes;)

Seus textos são habitados tanto por personagens ficcionais, mas muitas vezes personagens históricos aparecem, como os russos Meyerhold, em Ricardo III Está Cancelada,  Tchékhov, em A Máquina Tchékhov,  ou ainda o dramaturgo Samuel Beckett, em O Último Godot.

Saiba mais em http://www.visniec.com/home.html

DOIS LIVROS

Três Noites com Madox

de Matéi Visniec

Tradução: Roberto Mallet
Coleção Matéi Visniec
Edição 01
Formato: 11,7 X 21 cm
Número de Páginas: 64
Acabamento: Brochura

Lançamento: 2012

Um bar de província, em algum lugar à beira do mar. O som das ondas e da chuva, a sirene de um navio, pios de gaivotas... Quadro ideal para um filme policial B.
Porém, nada de inspetores fumando cachimbo, nenhum cadáver no armário. Mas um estranho noctâmbulo no centro de todas as conversas... Quem realmente passou três noites com Madox? Algum dia alguém saberá?
O autor é mestre na arte de embrulhar as pistas, conduzindo seus personagens, com humor, através do fino fio do real e mantendo-os em equilíbrio à beira do abismo profundo do absurdo e das suas próprias contradições.

Os Desvãos Cioran ou Mansarda em Paris com Vista para a Morte

de Matéi Visniec

Tradução: Luiza Jatobá
Coleção Matéi Visniec
Edição 01
Formato: 11,7 X 21 cm
Número de Páginas: 104
Acabamento: Brochura
Lançamento: 2012

Nos escreve Gilles Losseroy - O teatro é povoado de personagens que proferiram palavras filosóficas. Ninguém se espanta, portanto, de ver um filósofo chegar ao patamar de personagem. Mas se as intenções de Vladimir e Estragon podem se tornar filosóficas, é porque são antes de tudo teatrais. (...) Inversamente, se o filósofo aparece em cena para discorrer como nos seus livros, assistiremos – na melhor das hipóteses – a uma conferência. Não se pode, portanto, deixar de ficar legitimamente prudente diante do projeto de teatralização de Cioran por Matéi Visniec. Incluindo no título o nome do filósofo, o autor anuncia claramente sua paleta. (...) A personagem principal se chama, portanto, Cioran. E mais: Emil Cioran – e não Emil C., por exemplo – e seu texto é recheado de referências ao pensamento e à vida do filósofo. Não resta, portanto, qualquer dúvida. Cioran é a matéria-prima dessa peça de um autor até agora mais ligado à alegoria e ao fantástico grotesco do que à biografia ou à filosofia (...)



Assista
Ficelle - Extrait de "L'homme poubelle" de Matéi Visniec





LANÇAMENTOS

Editora É Realizações

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