quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Diferenças e desigualdades na escola de Marília Pinto de Carvalho (org.)

Diferenças e desigualdades na escola     

de   Marília Pinto de Carvalho (org.)

 
Coleção:     Papirus educação

Nº Páginas:     192

Público Alvo:     Educadores

           

O LIVRO

Nesta coletânea, a tão frequentemente nomeada "diversidade" nos meios educacionais é abordada como desigualdade: diferenças socialmente percebidas que se tornam fonte de hierarquias e injustiças ao longo dos processos de escolarização, para alunos de diferentes níveis de ensino e professores.
Além de reconhecerem a indiscutível relevância das desigualdades socioeconômicas, as autoras atentam para as desigualdades de gênero, as relações raciais e geracionais assim como para os múltiplos entrelaçamentos de hierarquias sociais. Tais olhares permitem também abordar sujeitos por vezes esquecidos nas pesquisas educacionais: os meninos, as pessoas brancas, as professoras de diferentes origens geográficas dentro do país, que se encontram e se desencontram nas regiões "de fronteira".

CONTEÚDO

APRESENTAÇÃO

1. LITERATURA E EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES RACIAIS
Candida Soares da Costa

2. FORMAS DE SER MENINO NEGRO: ARTICULAÇÕES ENTRE GÊNERO, RAÇA E EDUCAÇÃO ESCOLAR
Andréia Botelho de Rezende e Marília Pinto de Carvalho

3. QUANDO OS JOVENS RETORNAM À ESCOLA: OS SENTIDOS DA EJA EM SEUS PERCURSOS BIOGRÁFICOS
Mariane Brito da Costa

4. A VIDA NA UNIVERSIDADE: UM ESTUDO DO COTIDIANO DO "COTISTA" NEGRO DA UERJ
Patricia Costa Pereira da Silva

5. ALUNAS DE ENGENHARIA ELÉTRICA E CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO: ESTUDAR, INVENTAR, RESISTIR
Maria Clara Lopes Saboya

6. O BRANCO NAS RELAÇÕES RACIAIS CONSTRUÍDAS NA ESCOLA
Luciana Alves

7. PROFESSORAS DO VALE DO ARINOS: TRAJETÓRIAS DE MIGRAÇÃO
Lori Hack de Jesus e Maria Lúcia Rodrigues Müller


Marília Pinto de Carvalho

possui graduação em História pela Universidade de São Paulo (1985), mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1991) e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (1998). Atualmente é Professora Livre Docente da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Pesquisa Educação e Relações de Gênero, principalmente na educação escolar, o trabalho docente nas séries iniciais do ensino fundamental e as diferenças de desempenho escolar entre meninos e meninas. Foi editora responsável pela revista Educação e Pesquisa entre 2004 e 2006 e atualmente é sua editora assistente. É co-coordenadora do Grupo de Estudos de Gênero Educação e Cultura Sexual (EdGES) e da coleção de Educação da Editora Hucitec. É bolsista de produtividade em pesquisa nível 1 pelo CNPq.

Conheça um pouco do que pensa a organizadora do livro

Nós ríamos muito, gritávamos muito,
chorávamos por todas as histórias tristes. Um
espetáculo contínuo da diversidade humana,
[...] as salas de aula são um lugar de observação
da mudança infinita; paixão, lágrimas,
amor, desespero.
(Steedman, 1987,
p. 119, tradução da autora)
Nem sempre as salas de aula da escola primária
são vistas assim. Pelo contrário, a descrição mais
freqüentemente apresentada nas pesquisas educacionais
é de classes enfadonhas, em que atividades
reduzidas a rotinas levam a um vazio emocional, a
uma sucessão mecânica de atos sem significado para
os sujeitos envolvidos. Um olhar mais atento às
crianças, porém, assim como ao esforço do professor
ou professora para manter a rotina e o controle,
revelará que, mesmo em aulas que podem ser
assim descritas, o turbilhão emocional gira silencioso,
aguardando como um vulcão adormecido
uma oportunidade para vir à tona.
Para além de uma abordagem intelectualista
do ensino, que apreende os processos da sala de aula
como mera transmissão — ou não — de saberes, em
que as inter-relações pessoais não teriam importância;
para além ainda de uma imagem do professor
ou professora como alguém que tem tudo sob controle
e executa conscientemente cada passo de seu
trabalho, a sociologia da educação tem contribuído
para uma percepção mais matizada do universo
da sala de aula, onde, afinal, se processa o essencial
do trabalho docente. Philipe Perrenoud (1993),
por exemplo, destaca o improviso, a multiplicidade
de interações simultâneas e desconexas, a multidão
de pequenas decisões a serem tomadas rapidamente,
sem reflexão, para concluir que: “Trabalhamos
com nossas emoções, nossa cultura, nossos gostos
e desgostos, nossos preconceitos, nossas angústias
e desejos, nossos fantasmas de poder ou de perfeições
e, finalmente, nossas entranhas” (Perrenoud,
1993, p. 150).

UM LANÇAMENTO





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