sexta-feira, 1 de junho de 2012
Espaço-tempo mensal na galeria LOGO dedicado aos músicos que abstraíram a canção, ou souberam escondê-la muito bem
Neste sábado (02), acontece a segunda edição do projeto periódico de música da galeria LOGO, com curadoria do artista e músico Carlos Issa. Intitulado Tarde Abstrata, o evento lida com um panorama de práticas e estéticas sonoras bastante amplo, mas conectado. São músicos que estão fazendo uso de sintetizadores, efeitos, tablets, mesas de edição e mixagem com liberdade e um desprendimento de regras que remete ao desmonte que a cultura punk operou na música.
O acesso a esses equipamentos e o seu uso, combinado com softwares de áudio e instrumentos tradicionais, amplia as sonoridades e as possibilidades de composição, fazendo surgir uma paisagem musical inclassificável.
Na segunda edição da Tarde Abstrata o público é convidado a testemunhar o derretimento da musicalidade ortodoxa em seis atos: A lenda do punk atonal, Vermes do Limbo; a natureza oculta do mundo na raríssima apresentação do Bebe do Abismo; a desconstrução radical da partitura hardcore por Luzia Kame; a música eletrônica de invenção com o Response Pirituba; e o caos em transe sonoro da dupla Maurício Takara e Jonathan Gall, pela primeira vez no hemisfério sul do planeta. Nos entreatos, a discotecagem abstracionista de Akin Dekard, da rádio on-line Metanol.
A segunda edição da Tarde Abstrata acontece em meio ao metagrafismo de Bruno 9li na última chance de ver sua exposição individual na LOGO, Lux Tenebris.
Tarde Abstrata – Junho
>na galeria LOGO
>sábado, 2 de junho
16h30 Response Pirituba
17h15 Jonathan Gall & Mauricio Takara
18h00 Vermes do Limbo
18h45 Luiza Kame
19h30 Bebe do Abismo
Entrada franca
Rua Artur de Azevedo, 401
São Paulo - SP
www.galerialogo.com
www.tardeabstrata.tumblr.com
Sobre a LOGO:
A galeria LOGO, inaugurada em julho de 2011, é porta de entrada para conhecer uma rede de artistas que emerge de um plano paralelo ao mainstream da arte, com nomes ligados a subculturas urbanas e ao cenário underground. Nesse sentido, surge um novo conceito de "outsider": artistas desconectados de uma formação acadêmica linear, que seguem suas pesquisas de ordem artística, filosófica e cultural de maneira independente. Mesmo fora do circuito oficial, eles construíram trajetórias e um público sólidos, aparecendo em exposições, livros e revistas internacionais. Na LOGO, o trabalho desses artistas é apoiado pela pesquisa de um grupo de curadores que entende esses movimentos, de onde desponta um novo interesse pela pintura, pelo desenho e pela colagem, entre outras manifestações, como a música experimental e a performance. Esse conjunto de expressões é então, pela primeira vez, exibido em um espaço reconhecido pela arte contemporânea, pois pelo endereço da LOGO já passaram duas galerias emblemáticas de São Paulo, a Raquel Arnaud e a pioneira Subdistrito. Quanto ao nome LOGO, ele simboliza a consciência de que o mundo hoje é movido pela comunicação visual. Uma analogia para a produção artística que, como uma boa logomarca, atrai olhares e comunica sem palavras, para então estimular a interpretação de diferentes camadas de significado.
Sobre o curador:
Carlos Issa, também conhecido por seu projeto de música Objeto Amarelo, foi convidado para criar a Tarde Abstrata na LOGO por sua influência e acesso a todo um panorama musical ainda pouco divulgado. Não por acaso, no final dos anos 90 era ele quem organizava os seminais eventos Draga, onde a música e arte independentes se encontravam com a arte contemporânea em espaços do underground paulistano. Hoje, o Draga é celebrado pela experimentação de seus cartazes, de suas exposições e de seus shows e está tendo sua história resgatada pela mídia especializada e até por exposições em museus.
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