quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O corvo e suas traduções de Ivo Barroso


O corvo e suas traduções
de Ivo Barroso
Páginas: 160


OBRA INDISPENSÁVEL NÃO SÓ PARA OS AMANTES DE POE, MAS PARA TODOS QUE BUSCAM UMA COMPREENSÃO MAIS PROFUNDA SOBRE A ARTE DE TRADUZIR

O que pode haver de tão inspirador num poema para ser traduzido para tantas línguas, por alguns dos maiores tradutores, críticos e escritores do mundo? Charles Baudelaire, Stéphane Mallarmé, Machado de Assis e Fernando Pessoa são apenas alguns desses nomes. Mas poucos conhecem traduções como a de Didier Lamaison, Emílio de Menezes, Gondin da Fonseca, Benedicto Lopes, Alexei Bueno, Jorge Wanderley e a de Milton Amado, segundo Ivo Barroso, a insuperável em Língua Portuguesa.

Um dos mais belos poemas produzidos pelo gênio humano, O corvo, de Edgar Allan Poe, é notável por sua musicalidade, pela métrica exata, pelos jogos fonéticos e pela composição das palavras – que cria uma atmosfera forte e sobrenatural. Por tudo isso, traduzi-lo para outro idioma é tarefa das mais densas.

Eis a grandiosidade da obra de Ivo Barroso, escritor e mestre no ofício da tradução: trata-se de um estudo completo e complexo a respeito do genial e enigmático poema, mas também um verdadeiro ensaio sobre os desafios da tradução, em que o trabalho de diversos tradutores é comparado, e suas opções e soluções, discutidas.



AINDA FALANDO EM POEO primeiro detetive criado para compor a estrutura do romance policial foi obra e graça de Edgard Allan Poe. Sem dúvida, é ele o criador da moderna literatura policial. Americano de Boston (Massachusetts) que, a priori, deveria também ser o mais belo exemplo de conservadorismo, Poe, além de alcoólatra era um gênio pouco compreendido. Nascido em 1809, é um dos escritores de suspense e terror que teve a vida mais conturbada, morrendo na mais completa miséria e degradação, vitima da bebida, em 1849, após vários dias de impressionante delírio. Os que acompanharam sua agonia disseram que suas últimas palavras foram – “Senhor, ajudai minha pobre alma”. Algo digno para qualquer personagem do gênero. Seu maior divulgador post-mortem foi Charles Baudelaire, que o via como a “cristalização da genialidade e do delírio humano”.

A importância de Edgard Allan Poe pode ser medida na proporção direta de sua popularização, de quadrinizações a centenas de filmes baseados ou livremente inspirados em seus contos e poemas. “Os Crimes da Rua Morgue” é, com certeza, a pedra angular de sua obra e da criação da figura do detetive. É nessa novela que aparece o personagem Dupin, um policial que “gostava de exercitar sua capacidade analítica”.

O AUTOR
IVO BARROSO, nascido em Ervália-MG em 1929, é poeta (A Caça virtual e outros poemas, 2001), crítico literário e tradutor de cerca de 40 volumes de importantes autores como Shakespeare, Rimbaud, Montale, Svevo, Eliot, H. Hesse e U. Eco. Organizou a Poesia & Prosa, de Charles Baudelaire e À Margem das traduções, de Agenor Soares de Moura. Tradutor ainda de livros infantis e autor de Poesia Ensinada aos Jovens (Tessitura, 2010).

LANÇAMENTO DA








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