sexta-feira, 29 de julho de 2011

evento -Quinta edição do BNB Agosto da Arte


Quinta edição do BNB Agosto da Arte quer contribuir no fomento à reflexão sobre a Arte contemporânea



O Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB), dentro da sua programação de Artes Visuais, realiza anualmente no mês de agosto, o evento especial V BNB AGOSTO DA ARTE, que acontece nos CCBNBs-Fortaleza, Cariri (na região sul do Ceará) e Sousa (no alto sertão paraibano).

Para a edição 2011, o V BNB Agosto da Arte tem o tema "Fronteiras Vazadas", contemplando uma série de eventos nos diversos segmentos das artes visuais: intervenções urbanas, exposições, performances, cursos, oficinas, intercâmbio entre artistas, leitura de portfólios e seminário avançado de arte, com a participação de artistas, curadores e pesquisadores nacionais e internacionais.

Com uma ampla programação, o V BNB Agosto da Arte afirma o compromisso cultural de contribuir no fomento à reflexão de temas relevantes da arte contemporânea, além de estimular o diálogo entre artistas, pesquisadores e a sociedade, criando um fértil fórum de debates.

O objetivo do V BNB Agosto da Arte é criar um ambiente propício para o fomento da produção local. São proposições focadas no processo artístico que possibilitam a interação entre artistas nacionais e internacionais para formação do artista local, através de ações diretas e indiretas, colocando assim a produção local em discussão, numa troca de experiências com curadores e artistas visitantes.



Início da programação

Neste ano, a programação gratuita tem início com a mostra Vídeo-Fotografia, no próximo dia 6 (sábado), às 10h30, que oferece um panorama diversificado de vídeos sobre a fotografia. A mostra prossegue nos dias 13 (sábado), e de 17 a 19 (quarta a sexta-feira), sempre às 10h30.

O foco principal da mostra Vídeo-Fotografia é valorizar a diversidade da fotografia e apresentar as possibilidades experimentais da inter-relação das linguagens do vídeo e da fotografia no contexto da produção audiovisual.

A mostra é composta por uma série de documentários realizados por ou sobre fotógrafos, produzida nas cidades de Belém (Mostra Pará), Fortaleza (Mostra Ceará) e João Pessoa (Mostra Paraíba), que traçam um painel da fotografia através da própria história de seus fotógrafos, constituindo um importante espaço para a reflexão sobre o processo criativo dos fotógrafos e sobre a linguagem fotográfica.

Veja a seguir a programação da mostra Vídeo-Fotografia:



Mostra Pará

O Pará é reconhecido como um território de intensa produção fotográfica. A vivência coletiva inaugurada no início dos anos 80, com o surgimento da Fotoativa em Belém, resultou em um ambiente de experimentação da linguagem fotográfica como expressão e percepção do mundo. Muitas gerações nasceram da produção coletiva, ao passo que fotógrafos foram traçando suas trajetórias individuais no campo da arte e ganhando espaço em mostras nacionais.

Hoje, vivemos um momento diferente. A produção artística contemporânea reflete outros circuitos nos quais a fotografia é apropriada e ampliada para além dos limites de seu território. Artistas com formação distinta da tradição fotoativista propõem outros diálogos com a fotografia, cuja experiência descarta o compromisso com a fotografia autoral. Esses encontros e desvios começam a delinear uma nova situação na qual as ações artísticas conduzem a uma necessária reavaliação da tradição fotográfica em Belém (texto de Mariano Klautau).



Foto Em Cena - GUY VELOSO -

Direção: DÉBORA 70. 12min

Documentário

Fala da linha divisória entre a religiosidade e o fanatismo e da "busca de uma identidade mística que nos norteie e nos alimente com seus símbolos". Seu trabalho retrata momentos de fé nas seitas, romarias e demais manifestações religiosas na Índia, Amazônia, Belém e em Santiago de Compostela.

Guy Veloso nasceu em Belém, em 1969. Dedica-se à fotografia documental / autoral, realizando ensaios sobre aspectos sociais da região amazônica, festas religiosas no Nordeste e costumes na Índia. Realizou, em 1998, a individual "Shanti - O Caminho das Índias", na II Bienal de Curitiba, e lançou, em 1999, o livro "Via Láctea - Pelos Caminhos de Santiago de Compostela". Trabalha como free-lancer e tem fotos publicadas em revistas como IstoÉ, Época, Eco Turismo, entre outras.



Foto Em Cena - WALDA MARQUES -

Direção: DÉBORA 70. 13min

Documentário

Comenta sobre os processos de trabalhos que a levaram a fotografia, sua grande habilidade manual, suas influências de uma família de muitas mulheres. Descreve seus projetos sempre ligados à fotografia de pessoas. "A Iludida", "O Homem do Hotel Central" e "Faz querer quem não me quer" são alguns dos trabalhos citados por Walda que apresenta sua fotografia através de suportes variados.

Walda Marques nasceu em Belém. Em 1993, participou em São Paulo das coletivas "Fotografia Construída", no Museu Lasar Segal e "Fotografia Brasileira Contemporânea", no SESC - Pompéia. Em 1994, realiza a primeira individual, "Maria tira a máscara que eu quero te ver", em Belém. Em 1998, recebe o 1º prêmio no Salão de Fotografia do CCBEU em Belém e realiza a fotonovela "O Homem do Hotel Central", exposta em Belém e premiada no Abra Coca-Cola, em São Paulo. Atualmente desenvolve os seguintes projetos: a fotonovela "Os beijos que não te dei" e "Faz querer quem não me quer", ensaio para o projeto Fotoativa Ver-O-Peso.



Foto em Cena - PAULA SAMPAIO

Direção: DÉBORA 70. 15min

Documentário

"Fronteiras" é o assunto que norteia o programa, projeto que Paula desenvolve por dez anos, documentando a colonização e ocupação da Amazônia, bem como os movimentos migratórios e o cotidiano das comunidades das estradas Belém-Brasília e Transamazônica.

PAULA SAMPAIO vive em Belém/PA desde 1982. Graduou-se em Comunicação Social pela Universidade Federal do Pará (1990) e fez especialização em Comunicação e Semiótica na PUC/MG (1996). Começou a trabalhar com fotojornalismo em 1987. Menção Honrosa na terceira versão de Prêmio Nacional de Fotografia/Funarte (1998) e em 2004 foi contemplada com a Bolsa Vitae de Pesquisa e Arte.



Lugares do Afeto

Roteiro e Direção: Jorane Castro. 70min

Documentário

Luiz Braga sempre buscou incessantemente uma linguagem que traduza o imaginário profundo da vida amazônica. Ele captura a cultura de sua região, com um olhar de conhecedor, não de um visitante. Ele registra a realidade contemporânea, não o exótico, retratando a sutil sensualidade do amazônida.

O filme "Lugares de Afeto - A fotografia de Luiz Braga" acompanha o seu processo criativo, desvenda a construção de seu olhar, encontra seus personagens, em seus lugares, no mesmo horário crepuscular de sua predileção, no seu universo e com a sua luz.

O filme proporciona uma viagem pelo trabalho deste autor paraense, além de entrevistas integrais de quem conhece e aprecia seu trabalho como João de Jesus Paes Loureiro, Milton Hatoum, Paulo Herkenhoff, Tadeu Chiarelli e Roseli Nakagawa.



Fotoativa 25 anos.

Direção: Emidio Contente e Irene Almeida. 17min

Documentário

A partir das lembranças de Walda Marques, Ana Catarina e Maria Christina na escadaria do casarão colonial em que funciona a Associação Fotoativa, o filme se desenrola entre gostosas lembranças de fotógrafos paraenses e suas histórias, assim como projeções para o futuro da associação. Com roteiro e direção dos fotógrafos Emídio Contente e Irene Almeida, o filme "Fotoativa - 25 anos" traz a essência da reconhecida associação de fotógrafos, com um clima de amigos abrindo álbuns de velhas e novas fotografias, sempre cheios de boas memórias e risadas.



Fotoatividade.

Direção: Afonso Gallindo. 12 min. 2006

Documentário

Duas linhas paralelas compõem este documentário. Uma conta a história deste importante expoente da fotografia no Pará - a Associação Fotoativa. A outra, composta de depoimentos de pessoas que viram, participaram e acompanham a maturidade da Associação e de sua importância para o Estado do Pará, e porque não dizer, para o Brasil.



Olhos D'água.

Direção: Patrícia Costa. 19 min

Documentário

Documentário realizado com jovens da ilha de Colares na floresta amazônica durante oficina fotográfica de Miguel Chikaoka. Através da descoberta da luz, experimentam algumas possibilidades e desdobramentos para além da imagem.



Pinholeday.

Direção: Michel Pinho. 7min. 2006

Documentário

Making of do evento comemorativo do dia mundial da fotografia artesanal em 2006, evento produzido em Belém pela Associação Fotoativa.



Sobre distâncias e incômodos e alguma tristeza.

Direção: Alberto Bitar. 6min.

Documentário

O deixar para trás de um sítio impregnado de lembranças, sonhos, desejos, segredos ditos em sussurros, revelados aos gritos ou outros que continuam segredos. O abandono de um lugar onde a coleção de determinados objetos faz sentido e onde a arrumação e a escolha destes, apesar de alguma alteração, guardam o gosto e a memória de pessoas que já não estão presentes - saíram da cena antes.

Que atores virão? Que novos sentimentos se somarão aos que já carregam essas paredes? Talvez de mesma natureza, talvez outros. Que camadas serão alteradas no chão? Que luzes preencherão esse vão? Em que retinas tantas imagens escreverão? Quantas imagens? Especulações.

A certeza que tenho é que levo também impregnadas em mim todas essas sensações, essas lembranças - mesmo que muitas adormecidas - e que torço consiga transmitir para os próximos cenários as mesmas boas impressões e que me sinta em casa.

Saudades desse teatro e da paisagem que o envolve.

Além de contribuir com essas minhas recordações, este filme tem a finalidade de ser um tributo a todos esses momentos vividos e a todas as pessoas que compartilharam, por qualquer tempo que tenha durado, esse ambiente.



Mostra Ceará

Fotografia cearense.

De mágicos e mascates a profissionais estabelecidos no mercado, o que poderíamos denominar de fotografia autoral do Ceará acabou por desembocar no documentarismo. Com algumas exceções, a maioria dos fotógrafos cearenses de expressão nacional volta-se para o documental. Os mais reconhecidos se afastam da visão moderna dos grandes mestres, mas mantêm o humanismo latente. Entre os autores da nova geração, o olhar é perscrutador, tenta penetrar nos segredos das coisas, sejam elas a cidade, os sujeitos ou o próprio corpo.

A fotografia contemporânea cearense é marcada pela profusão de olhares. Os limites entre trabalhos de arte e documentos são difusos. Há uma tentativa de desconstruir discursos e propor uma democracia de formas, imagens e visões sobre o espaço. O evento que mais congrega as duas gerações é a mostra DeVerCidade, realizada pelo Instituto de Fotografia do Ceará (IFoto), associação que surgiu da união de profissionais, amadores e pessoas interessadas em discutir a fotografia de maneira mais consistente (texto de Silas de Paula, fotógrafo e professor).



Câmara Viajante.

Direção: Joe Pimentel. 20min

Documentário

A Câmara Viajante é um filme que trata de uma maneira bastante especial a fotografia enquanto atividade profissional, mas indo além disso, mostra o caráter substantivo da fotografia em relação à emoção. O filme é construído por aquilo que seus cinco principais personagens são, ou seja, dão vida, corpo e alma ao filme. Nele, os cinco fotógrafos ambulantes caracterizam um sentimento que cultivam pela fotografia: enquanto um fotografa e sente a responsabilidade que lhe cabe ao participar das bênçãos alcançadas por seus clientes, outro se entrega à alegria, autonomia e liberdade que o exercício dá, chegando a comparar a fotografia a uma boa cachaça. Em certo momento, assistimos todo processo de venda e realização de uma foto. O fotógrafo, nesse meio, precisa também ser um bom vendedor, persuadir e convencer o futuro cliente da importância da recordação, e nesse momento o diretor parece ter acertado ao ponto de conseguir alguns bons risos dos espectadores.



Não deu Tempo.

Direção: Tibico Brasil. 12min

Documentário

Um retrato do fotógrafo cearense José Albano. A relação do fotógrafo e o tempo, através dos retratos e de seus retratados.



Uma nação de gente.

Direção: Margarita Hernández, Tibico Brasil. 17min

Documentário

Uma viagem ao universo dos vaqueiros guiada pelos seus depoimentos. Eles comentam o destino de sua profissão.



Retrato Pintado.

Direção: Joe Pimentel. 13min

Documentário

A história de um retratista do interior do Nordeste e de como sua arte resiste ao tempo.



Beneditos.

Direção: Tibico Brasil. 4min

Documentário

Uma edição de imagens do fotógrafo Tiago Santana. O vídeo fez parte da exposição e do lançamento do livro homônimos que é o resultado de oito anos (1992-2000) de dedicação à documentação das manifestações populares e religiosas do Nordeste brasileiro.



Entrevista com Chico Albuquerque.

1h40. 1999

Documentário

Entrevista concedida por Chico Albuquerque no Museu da Imagem e do Som, em Fortaleza, no dia 20 de setembro de 1999. O fotógrafo fala de sua arte, trajetória, influências e experiência no fotoclubismo. Cor. 1999. Fortaleza/CE.



Chico Albuquerque.

Direção: Joe Pimentel. 10 min. 1999

Documentário

Apresentação do fotógrafo Chico Albuquerque realizada para a exposição "Chico Albuquerque retrospectiva", realizada em 1999. Conta com depoimentos de Thomas Farkas, Rubens Fernandes, German Lorca, Aldemir Martins, Zaragoza, Bob Wolfenson, Cora Pabst, Gentil Barreira, Falcão, Ed Viggiani, Delfina Rocha e Tiago Santana. Cor. Fortaleza/CE. 10min.



Mostra Paraíba



Fotografia na Paraíba: 100 anos de história

A busca de paisagens e tipos humanos exóticos levou ao nomadismo milhares de fotógrafos em todo mundo. Até o início do século passado, a itinerância era uma característica marcante dos fotógrafos na Parahyba do Norte, atual estado da Paraíba, que ainda tinha um público consumidor exíguo. A permanência de dois fotógrafos estrangeiros (Bruno Bourgard e Eduard Stuckert) no estado, nas décadas de 10 e 20 do século XX, marca de certa forma o fim dessa itinerância.

No período compreendido entre 1850 a 1950, recorte escolhido para um inventário dos fotógrafos que passaram pela Paraíba ou que aqui se estabeleceram em definitivo, constatamos que todos eles trabalharam, sem exceção, com o retrato. Nos álbuns de família, importante fonte iconográfica, figura uma galeria de nomes que imortalizaram em poses solenes tipos humanos representantes da elite local, sobretudo.

A década de 20 do século XX foi muito favorável ao desenvolvimento da atividade fotográfica no estado da Paraíba. As obras contra as secas, a expansão da rede ferroviária por todo o estado, o boom algodoeiro e as transformações urbanas nas cidades da Parahyba e Campina Grande foram motivos para uma ampla documentação fotográfica.

Frederico Falcão, Pedro Tavares e Walfredo Rodríguez, fotógrafos atuantes na cidade da Parahyba, a capital do estado, desde os anos 10, continuaram mantendo intensa atividade nos anos 20. Outros profissionais vão se formando no estado nas décadas de 20, 30 e 40, na maioria das vezes pelas mãos daqueles já solidamente estabelecidos - o caso de Eduardo Stuckert, responsável pela formação de novos fotógrafos.

Quando os lambe-lambes surgiram na década de 1940, os fotos Pintura, Petit, Stuckert, Lyra e Condor já eram estabelecimentos conceituados e consolidados na capital, inacessíveis à grande maioria da população. Os lambe-lambes foram procurar, nesta ampla parcela desprovida de maiores recursos, o seu público consumidor. Esses fotógrafos inventariaram em imagens aspectos os mais díspares de nossa realidade sócio-econômica, política e cultural. A década de 1950 trouxe à Paraíba o movimento fotoclubista fomentado por fotógrafos profissionais de renome e amadores da elite intelectual da capital que enxergavam na fotografia um meio de expressão artística como a pintura (texto de Bertrand Lira, professor e pesquisador).



Álbuns da memória.

Direção: Elisa Maria Cabral. 2000. 13min.

Documentário

Baseado no livro "Fotografia na Paraíba: um inventário dos fotógrafos através do retrato (1850 - 1950)", de Bertrand Lira, o vídeo "Álbuns da memória" resgata para as gerações atuais o significado da fotografia, sobretudo o retrato, para a sociedade paraibana do século passado, mostrando o trabalho dos fotógrafos itinerantes na Paraíba do século XIX, pelos engenhos de cana-de-açúcar. O documentário, com passagens de ficção, aborda o estabelecimento dos primeiros fotógrafos paraibanos, a importância social dos lambe-lambes e dos estúdios que retratam a nossa paisagem urbana através dos postais.

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