Mostra de Cinema exibe documentários clássicos da Grã-Bretanha dos anos 30 aos anos 60
“O Documentário Britânico: Dos anos 30 ao Free Cinema”
A CAIXA Cultural Curitiba apresenta a mostra documental “O Documentário Britânico: Dos anos 30 ao Free Cinema”, de 24 a 31 de maio. A mostra vai exibir, pela primeira vez no Brasil, uma seleção da produção documental britânica dos anos 1930 aos anos 1960, permitindo o acesso do espectador ao trabalho de John Grierson, Anderson e seus conterrâneos. Após a sessão de abertura, haverá uma conversa aberta ao público, reunindo o curador da mostra, Sérgio Moriconi, e o cineasta convidado Luciano Coelho.
Serão exibidos 36 títulos, entre curtas, médias e longas-metragens, produzidos nos períodos entre guerras e pós-Segunda Guerra Mundial na Grã-Bretanha, chegando ao chamado Free Cinema.
Clássicos da produção documental mundial estão na mostra, como “Britânicos” (People of Britain - Paul Rotha 1936), conhecido como “o filme da paz”, por incentivar a população a reivindicar a paz e não a guerra; “Drifters” (John Grierson 1929), que é propositalmente mudo, ganhando assim grande contundência ao mostrar a vida difícil dos pescadores de arenques; “Grã-Bretanha Industrial” (Industrial Britain - Robert Flaherty 1931), um divisor de águas da linguagem do documentário por combinar pensamento artístico e intenção social; e “Problemas de Habitação” (Housing Problems - Arthur Elton e Edgar Anstey 1935), está no catálogo do cinema britânico, por inovar ao colocar os entrevistados dando seus depoimentos direto para a câmera, inédito na época.
Do período do Free Cinema estão exemplos memoráveis como “Menos no Natal” (Every day except Christmas - Lindsay Anderson 1957), grande vencedor do Festival de Veneza de 1957, que celebra a “poesia da vida cotidiana”, ao exaltar a dignidade do trabalho dos carregadores do mercado Convent Garden; “Os Garotos de Lambeth” (We are the Lambeth boys - Karel Reisz 1959), sobre os adolescentes comuns de Londres e que rendeu até continuação 30 anos depois pela BBC; e o mais recente deles, “Dia de Festa” (Gala Day - John Irvin 1963), que utiliza várias técnicas do Free Cinema, como câmera na mão e uso criativo do som não sincronizado.
Um pouco de história
O documentário nasceu junto com o cinema. As primeiras imagens em movimento registravam acontecimentos reais, como a saída de uma fábrica, a passagem de um trem, etc. Mas foi somente na década de 1930 que o documentário ganhou identidade, com o Movimento Documentarista Britânico, encabeçado pelo cineasta escocês John Grierson. Grierson dizia que este formato de filme é um "tratamento criativo da atualidade" e, é superior por usar formas criativas para trabalhar com material real. Só em 1960, apareceu um grupo que se opõe à ortodoxia do documentário clássico, com nomes como Lindsay Anderson apostando na liberdade poética
O movimento surgiu a partir da necessidade de se criar uma cinematografia – segundo os termos de John Grierson – “voltada para a promoção da integração social e de uma cidadania madura”. Com o fim da primeira grande guerra, a Inglaterra se viu numa desesperadora depressão econômica. Com o seu parque industrial destroçado, o país se surpreendeu invadido por produtos estrangeiros, especialmente norteamericanos, obrigando as autoridades responsáveis pelas finanças do país a buscar uma drástica saída para a mentalidade liberal dominante, favorável ao livre comércio. O impasse só poderia ser revertido com uma reforma tarifária juntamente com uma agressiva campanha publicitária visando conquistar o gosto dos consumidores pelos produtos do Império Britânico.
O cinema foi o instrumento escolhido para colocar adiante um amplo programa de educação. Sob a supervisão do EMB (Empire Marketing Board), Grierson deu o primeiro passo realizando a obra-prima Drifters (1928), sobre a pesca no Mar do Norte e o escoamento dessa produção para consumo no continente. O forte impacto do filme fez com que Grierson pudesse criar uma unidade cinematográfica no EMB e levar adiante seu projeto de filmes educativos, mesmo com a eclosão da recessão dos anos 30 que desativou essa unidade. Seu prestígio possibilitou a transferência de todo o grupo de documentaristas para a GPO (General Post Offce). Na GPO, como produtor, John Grierson garantiu a realização de obras fundamentais do documentário, assinadas por diretores que passaram à história.
Várias circunstâncias explicam o surgimento do Free Cinema. No início de 1956, um grupo de jovens cineastas lutava para poder mostrar seus filmes, realizados com parcos recursos. Tinham a intenção de contestar o modelo adotado há pelo menos duas décadas a partir das idéias de John Grierson. Lindsey Anderson (responsável pela expressão “free cinema”), Karel Reisz, Tony Richardson e Lorenza Mazzetti, que formavam o núcleo inicial do movimento, tinham um pensamento e uma atitude em comum: adotaram o termo “free” porque queriam um cinema livre das pressões da bilheteria, assim como da propaganda do Estado, independentemente dela ter a melhor das intenções do mundo. O Free Cinema queria fazer o retrato – a sociologia - das pessoas comuns.
PROGRAMAÇÃO
Terça-feira (24)
19h - Anos 1930
Grã-Bretanha Industrial – dir. Robert Flaherty (20’)
Problemas de Moradia – dir. Arthuir Elton, Edgar Anstey (15’)
Assim Vivemos – dir. Ruby Grierson, Ralph Bond (23’)
O povo da Grã Bretanha – dir. Paul Rotha (3’)
Se vier a guerra – dir. sem crédito (9’)
20h30
Drifters, dir. John Grierson (45’)
21h15
Conversa aberta ao público com o curador da mostra, Sérgio Moriconi, e o cineasta convidado Luciano Coelho
Quarta-feira, 25
19h30 - Anos 1940 (parte I)
Transferência de conhecimento – dir. Geoffrey Bell (10’)
Elas também trabalham – dir. Ruby Grierson (10’)
Palavras de guerra – dir. Humphrey Jennings (7’)
Pessoas comuns – dir. Jack Lee, J B Holmes (27’)
Ouça a Grã-Bretanha – dir. Humphrey Jennings, Stewart McAllister (19’)
Construtores – dir. Pat Jackson (8’)
Um diário para Timothy – dir. Humphrey Jennings (37)
Quinta-feira, 26
19h30 - Free Cinema (Parte I)
O Dreamland – dir. Lindsay Anderson (12’)
Mamãe não deixa – dir. Karel Reisz, Tony Richardson (22’)
Juntos – dir. Lorenza Mazzetti (49’)
21h20 - Anos 40 (Parte II)
Terra prometida – dir. Paul Rotha (63)
Que vida! – dir. Michel Law (11’)
Perseguindo o blues – dir. J.D. Chambers, Jack Ellit (6’)
Sexta-feira, 27
19h30 - Free Cinema (Parte II)
Wakefield Express – dir. Lindsay Anderson (30’)
Tempo bom – dir. Claude Goretta e Alain Tanner (17’)
A rua canta – dir. N. Mclsaac, J.T.R. Ritchie (30’)
Todos os dias menos no Natal – dir. Lindsay Anderson (39’)
Sábado, 28
16h00 - Anos 1950
A partir do zero – dir. sem crédito (9’)
Cinco cidades – dir. Terry Bishop (26’)
O invicto – dir. Paul Dickson (34’)
Retrato de família – dir. Humphrey Jennings (23’)
18h30 - Free Cinema (Parte III)
Refugiado – dir. Robert Vas (27’)
Maquinistas – dir. Michael Grigsby (17’)
Nós somos os garotos de Lambeth – dir. Karel Reisz (49’)
Comida à primeira vista – dir. Elizabeth Russel (30’)
21h00
Drifters – dir. John Grierson (45’)
Domingo, 29
16h00 - Além do Free Cinema
Uma batata, duas batatas – dir. Leslie Daiken (21’)
Marcha a Aldermaston – dir. coletiva (33’)
A rua desaparecida – dir. |Robert Vas (19’)
Amanhã é sábado – dir. Michael Grigsby (17’)
Dia de festa – dir. John Irvin (25’)
18h30 - Anos 1950
A partir do zero – dir. sem crédito (9’)
Cinco cidades – dir. Terry Bishop (26’)
O invicto – dir. Paul Dickson (34’)
Retrato de família – dir. Humphrey Jennings (23’)
20h30 - Free Cinema (Parte I)
O Dreamland – dir. Lindsay Anderson (12’)
Mamãe não deixa – dir. Karel Reisz, Tony Richardson (22’)
Juntos – dir. Lorenza Mazzetti (49’)
Segunda-feira, 30
20h30 - Free Cinema (Parte II)
Wakefield Express – dir. Lindsay Anderson (30’)
Tempo bom – dir. Claude Goretta e Alain Tanner (17’)
A rua canta – dir. N. Mclsaac, J.T.R. Ritchie (30’)
Todos os dias menos no Natal – dir. Lindsay Anderson (39’)
Terça-feira, 31
20h30 - Free Cinema (Parte III)
Wakefield Express – dir. Lindsay Anderson (30’)
Tempo bom – dir. Claude Goretta e Alain Tanner (17’)
A rua canta – dir. N. Mclsaac, J.T.R. Ritchie (30’)
Todos os dias menos no Natal – dir. Lindsay Anderson (39’)
SINOPSES
A RUA DESAPARECIDA (The vanishing street) - Reino Unido/1962/P&B/19’
Direção: Robert Vas
O cotidiano de uma típica comunidade judaica na Inglaterra dos anos 60. O mercado, as lojas de comida preparada conforme a lei judaica, o jornal e a sinagoga preservam a identidade da comunidade. O filme foi rodado em 1961, no bairro londrino de East End, momentos antes das velhas construções sucumbirem às escavadeiras.
A RUA CANTA (The singing street) - Reino Unido/1952/P&B/30’
Direção: N. McIsaac, J.T.R. Ritchie
Prêmio da Sociedade de Cinema de Glasgow em 1952, é um retrato do cotidiano de jovens de 12 e 13 anos e as brincadeiras musicais que os divertiam nos gramados, vielas, sob as pontes, nas calçadas, ruas e varandas de Edimburgo, capital da Escócia.
AMANHÃ É SÁBADO (Tomorrow’s Saturday) - Reino Unido/1962/P&B/17’
Direção: Michael Grigsby
Um típico fim de semana de uma comunidade de algodoeiros de uma cidade do interior da Inglaterra, que expressa o sentimento genuíno da cultura da classe trabalhadora local no início dos anos 60: as ruas de pedra onde crianças brincam enquanto mães e avós conversam; o estádio de futebol onde grupos de homens se encontram; o pub onde toda a comunidade vai para beber e ouvir música.
BRITÂNICOS (People of Britain) - Grã-Bretanha/1936/P&B/ 3’
Direção: Paul Rotha
Muitas vezes chamado de “filme da paz”, nasceu da vontade do diretor de incentivar as pessoas a reivindicarem a paz para a segurança coletiva, em tempos de começo da Segunda Guerra Mundial.
CINCO CIDADES (Five Towns) - Grã-Bretanha/1947/P&B/26’
Direção: Terry Bishop
O filme apresenta uma região da Grã-Bretanha através da história de uma mulher de Londres que viaja para visitar seu noivo e a família dele, que trabalha com cerâmica. Imagens clássicas de ruas e terraços se entrelaçam com paisagens industriais e muita conversa entre vizinhos, com humor e a forma peculiar de falar dos moradores da região.
COMIDA À PRIMEIRA VISTA (Food for a blush) - Reino Unido/1959/P&B/30’
Direção: Elizabeth Russel
Definido pela diretora como um “documentário de preocupação sobre os desapontamentos de se ter 20 anos em 1955”, é o menos típico de todos os filmes do Free Cinema. A estrela do filme é a própria diretora como o “amor vegetal” de Nicholas Ferguson, o noivo narcisista.
CONSTRUTORES (Builders) - Grã-Bretanha/1942/P&B/8’
Direção: Pat Jackson
O filme é um diálogo, alternadamente íntimo e controverso, entre narrador fora de cena e trabalhadores, no momento em que uma fábrica de material bélico estava sendo construída.
DE BAIXO PRA CIMA (From the ground up) - Grã-Bretanha/1950/P&B/9’
Direção: sem crédito
A partir de correspondências em posse do Arquivo Nacional, o filme procura explicar a importância para a indústria britânica da política nacional de investimento de capital, sublinhando a necessidade vital do programa de recuperação econômica desenvolvido no período.
DIA DE FESTA (Gala Day) - Reino Unido/1963/P&B/25’
Direção: John Irvin
Um relato da festa dos mineiros da cidade de Durham, apresentado de forma original: além de ser um documentário convencional, apresenta várias técnicas do Free Cinema, como câmera na mão e o uso criativo do som não sincronizado.
DRIFTERS - Grã-Bretanha/1929/P&B/49’
Direção: John Grierson
A pesca comercial é uma profissão humilde; os pescadores de arenque estão entre os mais humildes dos pescadores. O filme mostra a pesca comercial na costa oeste da Escócia: um navio de pesca saindo para o mar, lançando as redes, transportando a pesca de volta, enfrentando uma terrível tempestade e regressando ao porto para vender seu produto no mercado. Filme inteiramente mudo, com uma abertura longa magnífica, apresentando uma vista aérea da aldeia de pescadores.
ELES TAMBÉM SERVEM (They also serve) - Grã-Bretanha/1940/P&B/10’
Direção: Ruby Grierson
Documentário dramático de 1940 é dedicado às “Donas de Casa da Grã-Bretanha” e sua ênfase está no serviço doméstico. O filme segue um dia da vida de uma “Mãe” em tempo de guerra, que é sempre sorridente e dá apoio ao seu cansado marido e à filha truculenta.
EM BUSCA DO BLUES (Chasing the blues) - Grã-Bretanha/1947/P&B/6’
Direção: J.D.Chambers, Jack Ellitt
O mais animado dos filmes já feitos para promover a prosperidade dos trabalhadores britânicos. Dança e música são usadas para encorajar os administradores dos engenhos de algodão a prestarem mais atenção às condições de trabalho dos operários locais.
GRÃ-BRETANHA INDUSTRIAL (Industrial Britain) - Grã-Bretanha/1931/P&B/20’
Direção: Robert Flaherty
Divisor de águas no desenvolvimento da linguagem documental, primeira vez que o movimento artístico é combinado de forma significativa com a intenção social. Mostra a valorização dos trabalhadores da indústria da Grã-Bretanha.
GRÃ-BRETANHA NA BAÍA (Britain at Bay) - Grã-Bretanha/1940/P&B/7’
Direção: Harry Watt
Criado pela elevar a moral do povo, durante o período da 2ª Guerra Mundial e lançado logo após a queda da França, o filme compila imagens de várias paisagens: o Big Ben, desafiador, mesmo quando filmado atrás do arame farpado, as falésias brancas de Dover, as forças britânicas, os serviços voluntários.
JUNTOS (Together) - Reino Unido/1956/P&B/49’
Direção: Lorenza Mazzetti
Menção honrosa em Cannes, 1956, acompanha a solitária existência de dois estivadores surdos-mudos cuja deficiência os isola do mundo. Descreve o dia a dia da classe operária com ênfase no detalhe e no significado do comum.
MAMÃE NÃO DEIXA (Momma don’t allow) - Reino Unido/1956/P&B/22’
Direção: Karel Reisz, Tony Richardson
Filmado em nove sábados, o filme registra o surgimento da “cultura jovem” na década de 1950 em contraste aos relaxados e confiantes jovens britânicos de topete e suas namoradas, cuja chegada ameaçava mudar o humor da noite.
MAQUINISTAS (Enginemen) - Reino Unido/1959/P&B/17’
Direção: Michael Grigsby
A rotina dos maquinistas de um galpão de locomotiva nas redondezas de Manchester. Os sentimentos de perda, frustração e perplexidade dos trabalhadores, capturados ao longo de 18 meses de filmagem.
MARCHA A ALDERMASTON (March to Aldermaston) - Reino Unido/1959/P&B/33’
Direção: anônima
Um filme sobre pessoas comuns, com muita opinião. Anonimamente dirigido por um comitê formado por voluntários de televisão e cinema, é mais que uma peça de propaganda política: é um registro poético e humano da marcha à fabrica de armas nucleares em Aldermaston, a oeste de Londres, na Páscoa de 1958.
MENOS NO NATAL (Every Day Except Christmas) - Reino Unido/1957/P&B/39’
Direção: Lindsay Anderson
Vencedor na categoria documentário do Festival de Veneza de 1957, é afetuosamente dedicado aos carregadores do mercado de Covent Garden, cujo trabalho, da meia-noite ao meio-dia, evoca o que o diretor Lindsay Anderson chama de “poesia da vida cotidiana”, celebrando as virtudes e a dignidade das pessoas comuns no trabalho.
NÓS VIVEMOS HOJE (Today We Live) - Grã-Bretanha/1937/P&B/23’
Direção: Ruby Grierson, Ralph Bond
Ótimo exemplo de documentário social. A narrativa do filme entrelaça duas estórias, combinando o tempo real com cenas reinterpretadas. A primeira mostra um grupo de mulheres transformando um celeiro em centro comunitário para lazer; a segunda observa mineiros desempregados construindo um centro educacional.
O DREAMLAND (O Dreamland) - Reino Unido/1953/P&B/12’
Direção: Lindsay Anderson
Realizado com restos de rolo de filme 16mm e um orçamento equivalente a R$ 5 mil, no parque de diversões Dreamland, no interior da Inglaterra, mescla, de forma crítica, as atrações do parque de diversões – bingo, caça-níqueis e fantoches mecânicos – aos rostos impassíveis dos observadores, a quem o diretor vê como vítimas de uma sociedade consumista espiritualmente niilista.
O INVICTO (The Undefeated) - Grã-Bretanha/1950/P&B/34’
Direção: Paul Dickson
Premiado como Melhor Documentário do Ano pela British Film Academy, o filme apresenta um exemplo de superação: o ator Gerald Pearson no papel de Joe Anderson, um jovem piloto de avião, que durante uma batalha perde as duas pernas e o poder de se expressar. Pearson teve, de fato, as pernas amputadas após a guerra e interpreta a jornada de reabilitação de Joe com extrema autenticidade.
OS GAROTOS DE LAMBETH (We are the Lambeth boys) - Reino Unido/1959/P&B/49’
Direção: Karel Reisz
Grande prêmio do festival de curtas de Tours, na França, o filme retrata a vida de adolescentes comuns, distantes do estereótipo dos violentos “teddy boys” da época, dando aos jovens espaço para expressar suas frustrações e aspirações. Uma continuação, feita pela BBC, nos anos 1980, tratou o mesmo tema, 30 anos mais tarde.
OUÇA A GRÃ-BRETANHA (Listen to Britain) - Grã-Bretanha/1942/P&B/19’
Direção: Humphrey Jennings, Stewart McAllister
Construído como um fluxo contínuo de imagens, som e música, começa com imagens bucólicas de árvores e um campo de milho. Uma bomba explode e interrompe o canto dos pássaros. Trata-se de um período de guerra. No entanto, a Grã-Bretanha segue seu trabalho livre.
PALAVRAS PARA BATALHA (Words for Battle) - Grã-Bretanha/1941/P&B/7’
Direção: Humphrey Jennings
Uma curta antologia de escritos sobre a Grã-Bretanha, poesia e prosa lidas sonorosamente pelo mestre Laurence Olivier. Imagens da guerra – algumas filmadas especialmente, outras do arquivo – acompanham os textos. As palavras clássicas ganham nova pertinência, a luta contemporânea é elevada a grande épico.
PESSOAS COMUNS (Ordinary People) - Grã-Bretanha/1941/P&B/27’
Direção: Jack Lee, J B Holmes
Produzido principalmente para exportação, para trazer à tona um dia na vida do povo britânico, em meio a lugares famosos de Londres, de civis inocentes lidando com bombardeios noturnos e agindo com admirável sangue-frio. A mensagem é clara: estas pessoas precisam de ajuda, mas estão calmas, organizadas e corajosas. Elas são o motivo “porque Hitler não pode vencer”.
PROBLEMAS DE HABITAÇÃO (Housing Problems) - Reino Unido/1935/P&B/15’
Direção: Arthur Elton, Edgar Anstey
Um dos poucos documentários em movimento que entraram para o catálogo do cinema britânico devido ao fato de seu método – pessoas comuns falando diretamente para a câmera – ser considerado inovador. Misto de documentário e propaganda, usa as histórias de trabalhadores para demonstrar as terríveis condições das favelas.
QUE VIDA! (What a life!) - Grã-Bretanha/1948/P&B/11’
Direção: Michael Law
Filme de humor negro, sobre os lamentos do povo britânico no pós-guerra – o racionamento continuou ainda durante vários anos. O riso incontrolável de dois homens, depois da tentativa fracassada de cometer suicídio, é provocado mais pelo absurdo da aceitação da miséria do que pela crença de que as coisas vão melhorar.
REFUGIADO (Refuge England) - Reino Unido/1959/P&B/27’
Direção: Robert Vas
A experiência de um refugiado húngaro que chega a Londres sem falar inglês, com pouco dinheiro e como perspectiva de ajuda apenas um endereço incompleto escrito em um cartão postal. As experiências do próprio diretor, que foi para a Inglaterra como refugiado em 1956, dão autenticidade à narrativa.
RETRATO DE FAMÍLIA (Family Portrait) - Grã-Bretanha/1950/P&B/23’
Direção: Humphrey Jennings
Último filme realizado por Jennnings, antes de sua morte em 1950, foi encomendado pelo Festival de Cinema Britânico de 1951. Sua missão oficial era alegrar uma nação exausta, empobrecida e desmoralizada por seis anos de guerra e pelos anos que se seguiram.
SE A GUERRA VIER (If War Should Come) - Grã-Bretanha/1939/P&B/ 9’
Direção: sem crédito
Produzido pouco antes da eclosão da 2ª Guerra Mundial, em setembro de 1939, apresenta uma série de instruções a serem seguidas como precaução por chefes de família no caso de estourar a guerra. Apenas um mês depois, os acontecimentos se precipitaram e o título original foi alterado, para ganhar a urgência do período, para Do It Now (Faça-o Agora).
TEMPO BOM (Nice time) - Reino Unido/1957/P&B/17’
Direção: Claude Goretta e Alain Tanner
Menção honrosa no Festival de Veneza de 1957, o filme é um relato sobre uma noite típica na famosa praça londrina – o Piccadilly Circus. Em 190 cenas, Claude Goretta e Alain Tanner capturam os conflitos e contrastes, as esperanças e os desapontamentos das multidões londrinas dos anos 1950.
TERRA PROMETIDA (Land of Promise) - Grã-Bretanha/1946/P&B/63’
Direção: Paul Rotha
Vários personagens se manifestam. Um deles é a voz da História; outra é o Hansard (registro oficial dos debates parlamentares); a terceira é o Isotipo (técnica que utiliza a linguagem direta e não-verbal). Outros participantes personificam distintas ideologias: a Inglaterra conservadora, os britânicos comuns e a voz suave de uma mulher que pergunta: “Podem os homens aprender sem a guerra?”
TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTO (Transfer of Skill) - Grã-Bretanha/1940/P&B/10’
Direção: Geoffrey Bell
O filme mostra como as habilidades dos artesãos britânicos foram importantes para o esforço comum no período da guerra: a aplicação de conhecimentos de joalheiros na produção de bitolas de metal, a reutilização de varas de pescar para fazer armas de guerra...
UM DIÁRIO PARA TIMOTHY (A Diary for Timothy) - Grã-Bretanha/1946/P&B/37’
Direção: Humphrey Jennings
Com as forças britânicas e americanas avançando do oeste e as forças soviéticas do leste, era evidente que os nazistas seriam derrubados – só não se sabia quando, em que campo de batalha e a que terríveis custos. O documentário especula sobre o que o futuro reserva para um bebê nascido no último ano da guerra.
UMA BATATA, DUAS BATATAS (One potato, two potato) - Reino Unido/1957/P&B/21’
Direção: Leslie Daiken
Único filme do irlandês Leslie Daiken, é um belo retrato de crianças brincando em seu território – as ruas de Londres. As brincadeiras vão do tradicional ao contemporâneo; dos jogos mais elaborados, às atividades individuais.
WAKEFIELD EXPRESS (Wakefield Express) - Reino Unido/1952/P&B/30’
Direção: Lindsay Anderson
O filme acompanha o cotidiano dos repórteres de cidades da região de Yorkshire em busca de histórias sobre o time local de rugby, um show na escola, uma reunião política, o lançamento de um navio e a inauguração de um memorial de guerra.
Serviço
Cinema: “O Documentário Britânico: Dos anos 30 ao Free Cinema”
Local: Teatro da CAIXA – Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Curitiba/PR
Data: De 24 a 31 de maio
Hora: Verificar programação
Ingressos: Entrada franca. Os ingressos devem ser retirados na bilheteria da CAIXA uma hora antes do evento.
Bilheteria:(41)2118-5111(de terça a sexta, das 12 às 19h, sábado e domingo, as 16 às 19h).
Classificação etária: Não recomendado para menores de 14 anos
Lotação máxima do teatro: 125 lugares (02 para cadeirantes)
www.caixa.gov.br/caixacultural
sábado, 21 de maio de 2011
Evento - Mostra de Cinema exibe documentários clássicos da Grã-Bretanha
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