Haiti, depois do inferno
Rodrigo Alvarez
Páginas: 120
Na tarde de 12 de janeiro de 2010, o jornalista Rodrigo Alvarez, correspondente da TV Globo em Nova York, se preparava para viajar ao Alasca. Porém, com os relatos acerca de um abalo sísmico no Caribe, seu gélido projeto inicial transformou-se num mergulho direto no inferno. Já na manhã seguinte, rumava para o Haiti, com a missão de trabalhar na cobertura jornalística do maior desastre humanitário deste início de século.
No livro Haiti, depois do inferno, Rodrigo Alvarez traz o relato de quem acompanhou de perto os dias de dor e caos subsequentes ao terremoto que devastou a já precária infraestrutura do país mais pobre do continente americano. Com epicentro próximo à capital, Porto Príncipe, o abalo sísmico produziu imagens que horrorizaram o mundo, como a de milhares de corpos abandonados nas ruas sendo recolhidos por empilhadeiras e depositados em valas comuns.
Ao longo de 12 dias, Alvarez viveu o desafio de fazer jornalismo num país com infraestrutura de comunicação arrasada, além da devastação completa. Da movimentação no aeroporto até os trabalhos de resgate de sobreviventes em meio aos escombros, tudo é narrado neste livro sob o ponto de vista de quem passou quase duas semanas no olho do furacão.
O autor contextualiza seus relatos fazendo breves incursões pela história do Haiti, com seus 500 anos marcados por conflitos sangrentos, destruição ambiental e tensões sociais radicalizadas pela pobreza extrema. Um cenário difícil, que o terremoto de 12 de janeiro transformou em tragédia que não é só haitiana, mas também brasileira. Entre as cerca de 300 mil vítimas fatais, perdemos dezoito militares, um diplomata e a médica Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança. Isso sem contar o prejuízo incalculável ao trabalho de pacificação e estabilização social do Haiti, a cargo da missão de paz das Nações Unidas liderada por brasileiros desde 2004.
Nenhum comentário:
Postar um comentário