Maior exposição internacional de fotojornalismo
começa dia 18 de maio na Caixa Cultural Rio de Janeiro
Uma mulher resgatada de um atentado suicida em Cabul. Soldados americanos prontos para atacar talibãs no Afeganistão. Um homem condenado por adultério e apedrejado até a morte na Somália. Imagens chocantes como essas integram a 53ª Edição da World Press Photo, que a CAIXA Cultural apresenta, de 18 de maio a 27 de junho, no Rio de Janeiro. A exposição, que acabou de passar por Amsterdã, é realizada pela Capadócia Produtora Cultural e tem patrocínio da Oi e da Caixa Econômica Federal e apoio cultural do Oi Futuro.
Distribuídos em painéis de 1,65m x 1,10m na Caixa Cultural (Av. Almirante Barroso, 25 – Centro), os 162 registros de 63 fotógrafos não se limitam, é claro, a imagens de guerra, violência a sofrimento. Há belos momentos do campeonato mundial de Ironman no Havaí e do World Master Games; das paisagens e animais da Antártica e plantas que nascem sob luzes artificiais da cidade de Jacarta e da posse do presidente Barack Obama.
Grito no telhado
O WPP premia, a cada ano, as melhores fotografias publicadas na imprensa ao redor do mundo. Nessa edição, as fotografias vindas de 23 países revelam fatos relevantes que aconteceram em 2009. A World Press Photo do Ano, por exemplo, é de Pietro Masturzo, fotógrafo italiano que flagrou o grito de protesto de uma mulher num telhado em Teerã, no dia 24 de junho do ano passado. A imagem faz parte de uma série feita na noite seguinte às conturbadas eleições presidenciais no Irã. A série ganhou o primeiro lugar na categoria Pessoas em Destaque. A presidente do júri e vice-presidente da Reuters, Ayperi Karabuda Ecer, justifica a escolha: “A foto mostra o começo de algo, de uma grande história. Acrescenta perspectiva à notícia. Isso toca você visualmente e emocionalmente”.
Mais uma vez, a organização teve um número recorde de inscrições. O júri, formado por editores de fotografia, fotógrafos e representantes de agências de notícias, viu 101.960 imagens enviadas por 5.847 fotógrafos de 128 diferentes nacionalidades. O maior número de inscritos veio da China: 586 concorrentes
“É um enorme prazer representar a Fundação World Press Photo no Brasil e estar diretamente envolvido com o que há de melhor no fotojornalismo mundial. Ao produzir a mostra, damos aos brasileiros a possibilidade de refletir sobre os fatos mais impactantes do cenário internacional atual, através do olhar preciso do repórter fotográfico. Na edição de 2010, o concurso obteve um número maior de inscrições, o que é muito representativo num ano em que os veículos de comunicação sofreram sérios cortes de orçamento ”, diz Rafael Ferraz, da Capadócia Produtora Cultural.
Os prêmios foram distribuídos em 10 categorias, divididas em single e série de fotos: Notícias em Geral, Notícias em Destaque, Pessoas em Destaque, Natureza, Retratos, Esporte e Ação, Esportes em Geral, Arte e Entretenimento, Vida Cotidiana e Assuntos Atuais. Foram trabalhos de fotógrafos da Argentina, Canadá, Chile, China, França, Hungria, Israel, Itália, Mali, México, Holanda, Territórios Palestinos, Peru, Somália, Reino Unido, Estados Unidos e outros países.
Este ano, apenas o paulista Daniel Kfouri representa o Brasil. Ele ganhou o terceiro lugar na categoria Esporte e Ação - single com a foto do skatista Bob Burnquist. “A foto foi feita no Parque do Anhembi, em São Paulo, durante o treinamento da ‘Megarampa’. Eu dei ênfase aos momentos em que os skatistas caíam, por isso intitulei a série como ‘Ícarus’”, conta Kfouri, que já havia se inscrito duas vezes no WPP. Satisfeito com o reconhecimento internacional de seu trabalho, o fotógrafo aproveita para mandar um recado: “Espero ter mais oportunidades de trabalho e que os editores daqui valorizem mais a fotografia brasileira”. Acho que podemos cortar esse depoimento. Está deselegante. Além de estar pedindo emprego, o fotógrafo critica os editores nacionais.
Júri especializado
Para essa seleção, além de oito membros principais e dois secretários, formados por editores de fotografia, fotógrafos e representantes de agências de notícias, a WPP escalou um júri especializado que participou das rodadas iniciais de julgamento das categorias Esporte e Ação, Natureza, Retratos e Noticias em Geral. A intenção foi trazer mais foco e elevar ainda mais o nível global.
A fotógrafa brasileira Marizilda Cruppe (O Globo/Eve Photographers) colaborou na seleção das fotos na categoria Noticias em Geral. "Foram horas intensas de trabalho, analisando milhares de fotos por dia, num total de 70 mil na primeira fase. As diferentes características dos cinco jurados do grupo que participei contribuíram para uma visão mais ampla dos trabalhos inscritos. O número de participantes foi alto, assim como o nível das fotografias, o que torna o processo de escolha um grande desafio”, conta a fotógrafa.
O grupo de Marizilda selecionou cerca de sete mil fotos para o segundo round. “De certa forma, é o júri da primeira etapa que indica as tendências do que vai ser premiado e o deste ano foi muito seletivo. Sete mil imagens seguiram para a segunda fase, o que possibilitou mais tempo de discussão para os jurados de segundo round chegarem as fotos vencedoras”, opina.
WORLD PRESS PHOTO 2010 – Maior exposição internacional de fotojornalismo reúne 162 registros de 63 fotógrafos. Caixa Cultural RJ (Av. Almirante Barroso, 25 – Centro – Rio de Janeiro - (21) 2544-4080). Terça a sábado, 10h às 22h. Domingo, 10h às 21h. Entrada franca. Até 27/6.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
World Press Photo 2010
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