quinta-feira, 19 de novembro de 2009

TRADUÇÃO DE PROUDHON É ÚTIL PARA ESTUDIOSOS DE ARTES

Pierre-Joseph Proudhon (Besançon, 15 de Janeiro de 1809 — Passy, 19 de Janeiro de 1865) foi um filósofo político e econômico francês, foi membro do Parlamento Francês, e também o primeiro autoproclamado anarquista. É considerado um dos mais influentes escritores anarquistas e organizadores. Após a revolução de 1848 passou a se denominar federalista.

Proudhon foi também tipógrafo aprendendo por conta própria o idioma Latin para imprimir melhor livros nesta língua. Sua afirmação mais conhecida é que a Propriedade é Roubo!, está presente em seu primeiro e maior trabalho, O que é a Propriedade? Pesquisa sobre o Princípio do Direito e do Governo (Qu'est-ce que la propriété? Recherche sur le principe du droit et du gouvernement), publicado em 1840.

A publicação do livro atraiu a atenção das autoridades francesas. Atraindo também o interesse de Karl Marx, que começou a se corresponder com seu autor. Os dois influenciaram-se mutuamente: eles se encontraram em Paris por ocasião do exílio de Marx. A amizade de ambos finalmente chegou ao fim quando Marx respondeu ao seu texto Sistema das Contradições Econômicas, ou A Filosofia da Miséria com outro provocativamente intitulado A Miséria da Filosofia.

A disputa tornou-se uma das origens da divisão entre as alas marxistas e anarquistas nos encontros da Associação Internacional dos Trabalhadores. Alguns, como Edmund Wilson, argumentam que o ataque de Marx a Proudhon tem sua origem na defesa prévia do segundo de Karl Grün, o qual Marx abertamente detestava e que havia sido o autor de traduções do trabalho de Proudhon para diversos idiomas.

Proudhon favoreceu as associações dos trabalhadores ou cooperativas, bem como o propriedade coletiva dos trabalhadores da cidade e do campo em relação aos meios de produção, em contraposição à nacionalização da terra e dos espaços de trabalho. Ele considerava que a revolução social poderia ser alcançada através de formas pacíficas.

Em Confissões de um Revolucionário Proudhon afirmou que Anarquia é Ordem, uma frase que muito mais tarde inspirou, o símbolo anarquista conhecido como A no círculo, hoje, muito comum em pichações e grafites presentes na paisagem urbana. Neste símbolo o círculo simboliza a letra "O" da palavra "Ordem", levando em seu interior a letra "A" da palavra "Anarquia".

Proudhon também tentaria criar um banco operário, semelhante em alguns aspectos, às atuais cooperativas de crédito que beneficiaria os trabalhadores com empréstimos sem juros. Mal-lograda a tentativa, a ideia seria apropriada por capitalistas e acionistas que incorporariam imposição de juros em seus empréstimos.

BIBLIOGRAFIA

* O que é a Propriedade? Pesquisa sobre o Princípio do Direito e do Governo (1840)
* Aviso aos Proprietários (1842)
* Sistema das Contradições Econômicas, ou A Filosofia da Miséria (1846)
* Idée générale de la révolution au XIXe siècle (General Idea of the Revolution in the Nineteenth Century, (1851)
* Le manuel du spéculateur à la bourse (1853)
* De la justice dans la révolution et dans l'Eglise (1858)
* La Guerre et la Paix (1861)
* Du principe Fédératif (1863)
* De la capacité politique des classes ouvrières (1865)
* Théorie de la propriété (1866)
* Théorie du mouvement constitutionnel (1870)
* Du principe de l'art (1875)
* Correspondences (1875)

O LIVRO


Do princípio da arte e de sua destinação social
Pierre-Joseph Proudhon

Páginas: 256p.

“A arte é uma coisa indefinível, algo de místico, a poesia, a fantasia, tudo o que se quiser, que escapa á analise, que só existe por si mesma e não conhece regras” é assim que Proudhon define a arte e fala sobre ela no decorrer de sua obra Du principe de l´art e de la destinacion sociale, traduzida agora no Brasil pela Editora Autores Associados na coleção Florada das Artes, coordenada pelo crítico de arte Jorge Coli.

Neste livro, o leitor encontra reflexões aprofundadas sobre o conceito de arte, a sua utilidade, se ela é um elemento de civilização ou decadência, sobre a faculdade estética do homem, sobre o sentimento de beleza que age em favor na natureza e outras questões próprias de um ensaio. Nesse sentido, todas as modalidades artísticas são englobadas por Proudhon. O leitor, com o livro, ainda terá a oportunidade de ver as constatações das diferentes formas de se pensar a obra de arte nos diferentes períodos (Idade Média, Renascimento, Reforma, Rev. Francesa, primeira metade do século XIX), além de um estudo crítico de David, Delacroix, Ingres, David de Angers e Rude, Léopold Robert, Horace Vernet, Chenavard e um exame minucioso de alguns quadros de Coubet. Como se não bastasse, o autor ainda encontra espaço para dar conselhos e falar da afirmação da escola crítica. Na mesma obra, há uma análise crítica de Émile Zola sobre a obra e o contexto de ensaios produzidos por Proudhon, além de uma discussão sobre a serventia da arte, pela qual Proudhon insistia em passar.

TRECHOS DO LIVRO

“Julgo as obras de arte pelo gosto natural do homem pelas coisas belas e, sobretudo, pelo que aprendi em literatura” (p. 7)

“Chamo, pois, estética à faculdade que o homem tem de perceber ou descobrir o belo e o feio, o agradável e o desgracioso, o sublime e o trivial, na sua pessoa e nas coisas, e de fazer dessa percepção um novo meio de prazer, um requinte de volúpia” (p. 12)

“Negar a beleza é reconduzir a civilização à selvageria” (p. 21)

“[A arte é] uma representação idealista da natureza e de nós mesmos com vistas ao aperfeiçoamento físico e moral da nossa espécie” (p. 27)

um lançamento






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