quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Museu da Casa Brasileira inaugura mostra coletiva “Experimentando Espaços” com curadoria de Agnaldo Farias


Afonso Tostes, Amália Giacomini, Amélia Toledo, Arthur Lescher, Carlito Carvalhosa, Daniel Acosta, Eduardo Coimbra, Elisa Bracher, José Spaniol e Raul Mourão propõem intervenções nos jardins do MCB com obras especialmente criadas para o espaço do museu

Abertura: 7 de novembro, às 11h

Mesa-redonda e lançamento do catálogo: 12 de dezembro, às 11h, com Agnaldo Farias, Edu Coimbra, Arthur Lescher e mediação de Diego Matos.

Visitação: 8 de novembro a 17 de janeiro

O Museu da Casa Brasileira (MCB), instituição vinculada à Secretaria de Estado da Cultura, inaugura a mostra “Experimentando Espaços”, organizada pelo curador e crítico de arte Agnaldo Farias. Desenhada especialmente para ocupar os jardins do museu, a coletiva expande a razão de ser desta instituição referencial do cenário cultural paulistano e nacional em questões de design e arquitetura, apresentando investigações radicais sobre a natureza do espaço. Dez artistas, notáveis pela particularidade de suas pesquisas, foram convidados pelo curador para propor trabalhos pensados especificamente para a instituição. São eles: Afonso Tostes, Amália Giacomini, Amélia Toledo, Arthur Lescher, Carlito Carvalhosa, Daniel Acosta, Eduardo Coimbra, Elisa Bracher, José Spaniol e Raul Mourão. A realização da mostra conta com o patrocínio da EMS Pharma e da Gerdau.

Nas palavras de Farias, em texto sobre a exposição, “Experimentando Espaços introduz a força surpreendente e variada de objetos escultóricos, corpos concebidos para propiciar sentimentos e sensações desconhecidas, desconcertantes, percepções que ainda não foram contabilizadas e que dizem muito da vida contemporânea”. Para o curador, o fato de estarem espalhados no jardim é um dado que confere a esses objetos – esculturas, instalações, intervenções – um sabor adicional. “A presença deles em meio a plantas, árvores, canteiros, gramados e caminhos confirma o jardim como lugar de passeio e devaneio, propício não só para as flores e os arbustos, mas para a irrupção de corpos misteriosos e fascinantes”, atesta Farias.

A apropriação dos espaços do amplo jardim do MCB pelos artistas se dá de forma variada, mostrando como cada um deles desenvolve sua poética visual a partir de materiais diversos e em ambientes desafiadores. Dessa forma, Elisa Bracher e Daniel Acosta, artistas cujos trabalhos dialogam com a arquitetura, se valem de estratégias opostas para suas instalações. Ele usa materiais industrializados e ela, por sua vez, faz uso de adobe para a construção de sua obra.

Na clareira central do jardim, o artista Carlito Carvalhosa suspende antigos postes de iluminação de madeira por sobre as árvores, aludindo ao tempo em que estes eram feitos de materiais naturais. As pedras encasuladas em grades de ferro de Raul Mourão, por outro lado, remetem ao amordaçamento e à proteção daquilo que é precioso em sistemas de segurança.

O site spefic de Arthur Lescher, segundo Farias, contrapõe formas elípticas bem acabadas e polidas à irregularidade do terreno onde são instaladas, suscitando reflexões acerca da incompatibilidade entre homem e natureza. Amália Giacomini faz uso da geometria para retificar as irregularidades topográficas do terreno, estabelecendo uma sobreposição entre razão e natureza a partir de linhas elásticas esticadas no mesmo jardim.

Para Farias, a obra de Jose Spaniol defende o mundo como palco de acontecimentos delicados. Suas duas peças, na verdade, duas balanças, encontram-se embrenhadas nos arbustos mais densos, evocando um equilíbrio flutuante, “uma dança que se dá na compensação dos pesos”, define o curador. Eduardo Coimbra, por sua vez, constrói um muro que serpenteia por entre as árvores, criando novos pontos de vista diferenciados, que ignoram o dentro e o fora. Nos caminhos por entre os muros deste último é que Afonso Tostes faz a sua instalação: um conjunto de ossos que irrompem do chão, truncando a passagem e impondo aos passantes a lembrança da morte, da história que se acumula em palavras, segundo o curador.

Por fim, Amélia Toledo instala no muro do fundo do jardim, uma longa chapa horizontal de metal espelhado que reflete uma grande coleção de pedras grandes e coloridas, ricas em matizes e texturas. “Ali, constata-se, o muro rompe-se, vaza; uma grande passagem, uma fresta que é também um horizonte e que descortina outra realidade, plena de matéria, rica de possibilidades, atraente como a primeira pedra brilhante que logrou sensibilizar um homem, o primeiro homem, que a guardou consigo acreditando tratar-se de um talismã”, afirma Farias.

Realização: Governo de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura, Museu da Casa Brasileira, Agenda Projetos Culturais e Doble Cultura + Social

Patrocínio: EMS Pharma e Gerdau

Apoio: PROAC / Secretaria de Estado da Cultura

Mesa-redonda e lançamento do catálogo: 12 de dezembro, às 11h

Agnaldo Farias, Eduardo Coimbra e Arthur Lescher, com mediação de Diego Matos.

Serviço

Exposição: “Experimentando Espaços

Abertura: 7 de novembro, às 11h

Mesa-redonda: 12 de dezembro, às 11h

Visitação: 7 de novembro a 17 de janeiro de 2010, de terça a domingo, das 10h às 18h

Site: www.mcb.org.br

Local: Museu da Casa Brasileira - Av. Faria Lima, 2705

Tel. 11 3032-3727 Jardim Paulistano São Paulo

Ingresso: R$ 4,00 - Estudantes: R$ 2,00 Gratuito domingos e feriados

Acesso para pessoas com deficiência.

Visitas orientadas: 3032-2564 agendamento@mcb.org.br

Estacionamento: R$ 12,00 no dia da abertura; de terça a sábado até 30 min. grátis, até 2 horas R$ 8,00, demais horas R$ 2,00. Domingo: preço único de R$ 10,00.

Classificação indicativa: livre

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