segunda-feira, 25 de maio de 2009

A ARTE DE RECUSAR UM ORIGINAL



A ARTE DE RECUSAR UM ORIGINAL


Tradução:Pedro Karp Vasquez



Páginas:144



É UM LIVRO PARA CHORAR ( DE RIR SE VOCE FOR SÓ UM LEITOR) SE VOCÊ FOR UM AUTOR. Escolha o seu lado! (E.C.)

Depois de finalmente terminar de escrever as últimas páginas daquele seu primeiro manuscrito que se tornará o romance do século, todo aspirante a escritor é tomado pela inebriante sensação de que se tornará célebre e, por que não, imortal por meio de suas palavras que vão se espalhar pelo mundo e lhe garantirão um lugar privilegiado na História. Bom, a ideia é esta, mas, antes que o sonho se torne realidade, é preciso, justamente, checar se a realidade não tornará o sonho um pesadelo. Pois, antes de se espalhar pelo mundo, seu futuro original deverá passar pelo crivo de editores dispostos a transformá-lo em livro. E este processo pode se tornar uma verdadeira via crúcis, garantindo ao escritor que nem todos acharão suas palavras tão geniais quanto ele pensa.




A arte de recusar um original, do escritor-revelação no Canadá e na França Camilien Roy, é um bem-humorado ensaio de ficção sobre 99 possíveis cartas de rejeição de editoras de um original enviado por um autor iniciante. Com elementos próprios da paródia e da sátira, ele revela como uma crítica pode destruir os sonhos de um animado e esperançoso escritor.




Não existe autor que não tenha sido recusado ao menos uma vez e existem milhares que o foram dezenas de vezes. Existem inclusive recusas que se tornaram célebres, como a de Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust, por André Gide – erro que ele passou o resto da vida se penitenciando por ter cometido.




Se a recusa é inevitável, o melhor é estar preparado para lidar com ela, seja em que ponta da indústria literária você estiver. Camilien Roy imagina diferentes respostas negativas de editores ao original recebido: há a do editor frustrado e desiludido que não aguenta mais receber romances ruins; o preguiçoso, que sequer lê o que lhe mandam mas já o recusa de pronto; o furioso, que agressivamente dispensa a obra do pobre escritor; o analítico, que se perde em muitas linhas para uma simples negativa; e o paternalista, que diz “não” mas tenta impedir o destinatário de desanimar na carreira literária. Há ainda versões mais surpreendentes, como uma carta de recusa escrita de forma poética, em forma de texto teatral e até mesmo em forma de romance épico.




A arte de recusar um original é um divertido exercício que mostra como é dura a vida de um aspirante a escritor que deseja estrear na literatura. Mas, mesmo depois de ler este livro, quem ainda quiser se arriscar, com certeza sabe o que quer, o que não quer dizer que irá conseguir: experimente mandar seu original, e aguarde suas próprias cartas. Boa sorte!



UM LANÇAMENTO






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