quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Atlântida - Pequena história de um mito platônico



Atlântida - Pequena história de um mito platônico
Organizador -  Pierre Vidal Naquet


Páginas - 216 



Este livro explora as origens do mito da Atlântida, com Platão, e seus desdobramentos na Antiguidade greco-romana e bizantina,  na Renascença e na Idade Moderna. Vidal-Naquet consegue uma proeza pouco comum: ser erudito e agradável, mostrar domínio da História antiga, moderna e contemporânea, analisar documentos e esclarecer suas conexões com a política e o imaginário social. Apresenta, ainda, um conjunto fascinante de imagens, assim como passagens de inúmeros autores, traduzidos e comentados. As percepções populares mesclam-se às abordagens científicas, em um caleidoscópio original e sempre em mutação. Vidal-Naquet most
ra, de forma magistral, como se formam os mitos e como continuam a ocupar lugar de destaque em nossa época.

Pierre Vidal-Naquet, o grande historiador francês do último meio século, volta-se, em Atlântida, para esse mito secular e persistente na História do ocidente. Surgida como uma historieta, em Platão (424-347 a.C.), Atlântida teve uma trajetória insuspeitada pelo filósofo grego e tornou-se um tema recorrente nos séculos posteriores. Já na Antigüidade, foi retomada por autores gregos e latinos, mas foram os modernos que contribuíram para difundir uma miríade de interpretações da misteriosa ilha. Com a chegada dos europeus à América, multiplicaram-se as imagens. O Iluminismo irá debruçar-se sobre o mundo, e Atlântida também serviu para contestar a visão histórica cristã.   

Desta forma, um mito esteve a serviço da ciência. À luz da Guerra do Peloponeso, de Tucídides (século V a.C.), a leitura de Platão pôde mostrar a sofisticação de uma interpretação política do mito. Era da vida política que tratava Atlântida, uma metáfora das relações de poder. A grande virada aconteceu no final do século XVIII e na primeira metade do século XIX, que resultaria na transformação da atlantomania de mito em romance. O nacionalismo não hesitaria em abusar da ilha imaginária e mesmo o nazismo fez uso pseudocientífico de Atlântida, para os fins mais opressivos.

Vidal-Naquet consegue uma proeza pouco comum: ser erudito e agradável, mostrar domínio da História antiga, moderna e contemporânea, analisar documentos e esclarecer suas conexões com a política e o imaginário social. Apresenta, ainda, um conjunto fascinante de imagens, assim como passagens de inúmeros autores, traduzidos e comentados. As percepções populares mesclam-se às abordagens científicas, em um caleidoscópio 
original e sempre em mutação. Vidal-Naquet mostra, de forma magistral, como se formam os mitos e como continuam a ocupar lugar de destaque em nossa época. 
Pedro Paulo A. Funari
Professor-titular do Departamento de História da Unicamp e coordenador do Núcleo de 
Estudos Estratégicos (NEE/Unicamp)


Cidade perdida de Atlântida emerge em livro Em Timeu e Critias, Platão narra a terrível, mas 
eletrizante história de como um irado Zeus submergiu a fabulosa Atlântida. Nascia, nesses escritos, um mito duradouro, que atravessou a Antigüidade, a Id
ade Média e o Iluminismo para ainda hoje despertar a imaginação dos homens que debatem as mais variadas interpretações 
possíveis sobre o desaparecimento da misteriosa ilha. Grande parte dos textos sobre a história é revelada, nesta análise de escritos de filósofos, pensadores e historiadores de 360 a.C até o século XX. Pierre Vidal-Naquet constrói uma narrativa erudita que jamais deixa de ser agradável,mostrando domínio da história antiga, moderna e contemporânea, e estabelecendo suas conexões com a política e o imaginário social. Apresenta, ainda, um conjunto fascinante de imagens, assim como passagens de inúmeros autores, traduzidos e comentados. As percepções populares mesclam-s
e às abordagens científicas, em um caleidoscópio original e sempre em 
mutação. 


Sobre o autor - Pierre Vidal-Naquet (1930 - 2006) 
era historiador francês, especializado na Grécia Antiga. 
Escreveu Mito e Tragédia na Grécia Antiga, O mundo de 
Homero, além de sua autobiografia. Intelectual engajado, 
membro do Partido Comunista, lutava a favor dos direitos 
do homem e contra a prática da tortura. 

um lançamento

Nenhum comentário: